Telescpios na Lua

Espao

Redação do Site Inovação Tecnológica – 20/08/2021

Telescpio definitivo na Lua

Com a aproximao do to esperado retorno dos voos tripulados para a Lua, astrnomos comeam a reviver ideias h muito discutidas, mas mantidas na prateleira por falta de transporte adequado.

O telescpio Hubble no ir durar muito tempo mais, e estamos s vsperas do lanamento do seu sucessor muito mais poderoso, o telescpio espacial James Webb (JWST).

Contudo, nem mesmo o Webb, que conseguir observar eventos csmicos to distantes que devem ter acontecido pouco tempo aps o Big Bang, conseguir fazer tudo o que os astrnomos gostariam.

“A teoria prev que houve um tempo ainda mais antigo, quando as galxias ainda no existiam, mas onde estrelas individuais se formaram pela primeira vez – as evasivas estrelas de Populao III. Este momento de ‘primeira luz’ est alm das capacidades at mesmo do poderoso JWST e, em vez disso, precisa de um telescpio ‘definitivo’,” defende o professor Volker Bromm, da Universidade do Texas.

E esse “telescpio definitivo” deveria ser construdo na Lua, defende Bromm, cuja equipe est aprimorando uma ideia apresentada em 2008 pelo professor Roger Angel, da Universidade do Arizona.

Telescpio lquido

A ideia de Angel corajosa: Em vez dos pesados e delicados espelhos e lentes dos telescpios tradicionais, sua proposta construir um telescpio lquido na superfcie da Lua.

A NASA chegou a avaliar a ideia, mas colocou-a na prateleira porque, naquela poca, o retorno dos voos para a Lua ainda no aparecia na agenda.

Fazer um espelho lquido interessante porque a matria-prima mais leve dos que os espelhos e, portanto, mais barata para transportar at a Lua. O espelho do telescpio seria uma cuba giratria de lquido, recoberta por um metal lquido para dar o efeito reflexivo – existem telescpios de espelho lquido aqui na Terra, s que eles costumam usar mercrio.

O tanque precisa girar continuamente para manter a superfcie do lquido na forma parablica, adequada para funcionar como um espelho. Para facilitar, ele dever ser montado no interior de uma cratera da Lua.

“O ‘Grande Telescpio Definitivo’ teria um espelho de 100 metros de dimetro. Ele operaria de forma autnoma na superfcie lunar, recebendo energia de uma estao de coleta de energia solar na Lua e retransmitindo dados para um satlite em rbita lunar,” resumiu Bromm.

Observatrio gravitacional na Lua

Uma dupla de astrofsicos, por sua vez, quer colocar na Lua um observatrio de ondas gravitacionais, como os existentes nos laboratrios LIGO (EUA) e Virgo (Itlia).

A proposta construir o Observatrio Lunar de Ondas Gravitacionais para Cosmologia, ou GLOC (Gravitational-Wave Lunar Observatory for Cosmology).

Alm de ampliar a rea observvel do cu, levar o observatrio para a Lua pode ajudar a detectar fuses de buracos negros, estrelas de nutrons e fenmenos associados com a matria escura que no podem ser observados da Terra.

“Ao explorar as condies naturais da Lua, ns mostramos que um dos mais desafiadores espectros de ondas gravitacionais pode ser medido melhor a partir da superfcie lunar, o que at agora parece impossvel da Terra ou do espao,” disse Karan Jani, da Universidade Vanderbilt.

A grande vantagem do nosso satlite que ele est praticamente livre dos rudos ambientais, incluindo os ssmicos e os atmosfricos, que exigem o mximo da engenharia para serem filtrados aqui na Terra – e os sensores para medir ondas gravitacionais esto entre os instrumentos mais sensveis j construdos pelo homem.

“Um observatrio lunar forneceria uma sensibilidade sem precedentes para descobrir fontes que no antecipamos e que poderiam nos informar sobre uma nova fsica. O GLOC pode ser a joia da coroa da cincia na superfcie da Lua,” acrescentou Avi Loeb, da Universidade de Harvard, outro defensor da ideia.

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