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Serra Gaúcha: pescaria e ‘fogo de chão’ no ritmo da gaita | Terra da Gente

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O sol mal deu “as caras” e um vento que “corta” a pele, deixa a manhã ainda mais gelada, na Rota dos Campos de Cima da Serra, em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. O que esquenta é o golpe do machado na madeira seca que foi cuidadosamente apanhada de árvores mortas na região. “É bom lascar lenha, o cara se esquenta, né? No frio, já começa tirar os casacos. Tem que ser forte, a lenha se você lascar com o machado reto, você não consegue lascar uma tora ruim. O macho tem que ficar meio de lado”, explica o produtor rural, Luis Antônio da Silva, enquanto prepara a madeira que será usada no churrasco.

O “fogo de chão” é uma técnica usada pelos antigos tropeiros para assar a carne e mostra uma integração do homem com o ambiente onde vive. “Tudo é feito com o olhar crítico da natureza. O tropeiro tá levando o seu gado, mas já tá olhando ao redor, pra ver onde ele pode parar, o melhor lugar para passar a noite do lado do gado. Essa é a história aqui nos nossos pampas”, explica o guia de pesca gaúcho, Cezar Fagundes.

A pescaria é no ritmo de muita música e até de um churrasco mais que especial. — Foto: Toni Mendes/TG

A carne é assada no “ritmo” dos ventos do sul. “Todo galderio que se preza, ele já precisa saber de antemão, de onde vem o vento pra posicionar os seus espetos e seu ‘costelão’. O campeiro sabe que vai ser o vento que vai trazer calor pra carne. É importante calcular a distância em relação ao fogo e a força do vento. O tropeiro pode deixar horas e horas, enquanto cuida do gado. Por isso, que existe os nomes: costelão 8 horas, costelão 12 horas. Quem vai assar é o vento, mas tem que ter o conhecimento para posicionar os espetos, saber entender a natureza, para se ter o melhor do churrasco galderio”, completa Fagundes.

Enquanto a carne não fica assada, a equipe do TG vai para o lago lidar com o vento de outro jeito: na pescaria. Em cima do barco, os arremessos perdem precisão com a ventania da Serra Gaúcha. Por isso, nossa equipe aposta na tecnologia para pescar o “black bass”. Na caixa de iscas tem peixinhos metálicos, sapinhos e minhocas artificiais com sabor. “Algumas tem sal, alho e com anis. São produtos colocados na massa desse material, pra despertar um sabor na boca do peixe e ele ficar um pouquinho mais tempo com a isca na boca. Aí, dá tempo de o pescador fisgar. É um mercado que gera muito emprego, é bilionário esse mundo fantástico das iscas”, explica Cezar.

Confira as melhores iscas artificiais para conseguir fisgar o famoso black bass. — Foto: Toni Mendes/TG

Para comemorar a pescaria no fim da tarde, os pescadores se aquecem com chimarrão, enquanto provam as primeiras fatias da carne assada ao vento. O dia termina com o som da sanfona, quer dizer… “Gaita, aqui no Rio Grande do Sul é assim que a gente chama o instrumento”, explica o músico Douglas Gaiteiro, um jovem que mantem as origens e canta para nossa equipe uma das músicas gaúchas mais tocadas nos últimos anos pelo país afora. Uma canção do cantor Baitaca, que cheia de regionalismo expressa bem essa tradição do sul do país.

“Fui criado na campanha. Em rancho de barro e capim
Por isso é que eu canto assim
Pra relembrar meu passado”

Pescaria no alto da serra e uma imersão na cultura gaúcha, viaje com o Terra da Gente neste sábado, a partir das 14h.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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