Promotoria condena padrasto por torturar enteado após menino ser salvo por gerente de restaurante goiana nos Estados Unidos | Goiás

A promotora estadual do condado Monique H. Worrell anunciou o veredito de culpa na segunda-feira (6). O americano Timothy Lee Wilson foi considerado culpado pelos crimes de cárcere privado, abuso infantil e negligência. A decisão diz que o homem receberá uma sentença em 19 de agosto deste ano.

O caso foi em janeiro do ano passado. Flaviane Carvalho trabalhava como garçonete e atendeu a família do garoto no restaurante. Ela notou que o menino estava isolado, sem comer, e que tinha alguns ferimentos no rosto.

Foi então que teve a ideia de escrever um bilhete, perguntando se ele precisava de ajuda. O menino respondeu que sim e ela chamou polícia. O padrasto acabou preso e o caso passou a ser investigado.

A polícia americana descobriu que o menino tinha sido torturado e era punido, ficava sem comer ou beber água por vários dias. A investigação também comprovou que ele era obrigado a fazer exercícios militares, que era pendurado de cabeça pra baixo e até algemado, segundo a decisão da Promo

“Um mandado de busca revelou que a vítima foi mantida em um quarto de hotel separado usado para armazenamento, longe do Sr. Wilson, da mãe da vítima e do irmão mais novo”, diz trecho da decisão.

Segundo a goiana, a família pediu três pratos de comida e o menino ficou sem. Como ela é gerente do restaurante, foi até a mesa para conferir se estava tudo certo ou se faltava algum pedido feito pelo casal. Conforme a gerente, o padrasto foi “ríspido” ao responder que o menino comeria em casa.

Naquele momento, ela disse que o garoto olhou para ela, foi quando percebeu que tinha um corte na sobrancelha dele.

“Eu fiquei apreensiva e passei a observar muito. Teve uma hora que ele se movimentou e, de longe, consegui ver mais roxos no braço dele”, contou.

Natural de Goiânia, a gerente mora nos Estados Unidos há 13 anos e tem duas filhas, de 18 e 22 anos. Segundo ela, o instinto materno a fez ser forte e denunciar o casal.

Padrasto preso no restaurante

A gerente disse que, quando o menino respondeu que precisava de ajuda, não pensou duas vezes em acionar a polícia. Ela contou que três policiais chegaram ao restaurante e começaram a conversar com a família.

Em certo momento, um dos agentes pediu para conversar com o menino distante do casal, foi quando ele revelou as marcas pelo corpo.

“O policial levou a criança para fora do restaurante para conversarem sozinhos. Depois de um tempo, o detetive pediu para que ele tirasse a máscara e o moletom. O menino estava todo roxo, no rosto e nos braços também”, contou a goiana.

O homem foi preso no restaurante e a criança leva para receber atendimento médico. A polícia americana anunciou depois que a mãe também foi presa posteriomente por tortura e maus-tratos.

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