Por que Demi Lovato é a voz mais poderosa do pop

Sempre que pergunto aos mais jovens que cantora tem a voz mais bonita do mundo, costumo ouvir dois nomes: Beyoncé e Ariana Grande.

A primeira, entendo a escolha pelo fato dela estar há anos no topo do panteão feminino da música pop. Acredito que seus “eleitores” também votam adicionando o imenso carisma à sua linda voz.

No caso de Ariana Grande, também compreendo sua preferência: sua incrível afinação e alcance beiram quase sobrenaturais.

Beyoncé e Ariana são duas estrelas máximas, embora de gerações diferentes.

Voz única no mundo

Porém, em minha modesta opinião de músico, Demi Lovato está num outro patamar. Ou, talvez, numa categoria isolada. Ela simplesmente não tem concorrentes vocais —ao menos no pop.

Por questões de estética, técnica e alcance vocal, ela é uma voz única e sem paralelo.

Demi, que faz 30 anos neste sábado (20), tem uma força da natureza em sua garganta.

A norte-americana tem a mais raras das vozes, chamada de soprano coloratura. É o tipo de voz capaz de atingir uma escala imensa que vai de médios-graves a ultra agudos.

Se quisesse enredar pelo canto lírico, Demi poderia ser a solista de “A Flauta Mágica” de Mozart; ou ser a soprano máxima do coral derradeiro da “Nona Sinfonia” de Beethoven.

Três em um

Se fosse instrumento musical, por exemplo, ela não seria apenas um, mas três: “cello”, viola e violino. Tudo isso abrigado em apenas um conjunto mágico de cordas vocais.

Demi consegue pular de um dó grave para um fá três oitavas acima em uma fração de segundo, atingindo a “cabeça” (diapasão) das duas notas, e sem esforço algum. Podem acreditar: é muito difícil.

Sua técnica respiratória é uma aula a cada faixa de seus álbuns. Seu timbre pode ser tanto de uma doçura e alegria incríveis, como em “This Is Your Song” (“Camp Rock 2), como de uma dor imensa e avassaladora, como em “Stone Cold”.

Não por acaso, dor é o que nunca faltou na vida dessa garota, ameaçada pelo estrelato, a fama e as tentações desde a adolescência.

Até aqui, Demetria Devone Lovato segue inteirinha e vencedora, um espetáculo para os ouvidos contemporâneos e também uma lição para quem acha que o estrelato, a fama e a riqueza são as melhores coisas que alguém pode viver. Não é mesmo.

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