“Os direitos fundamentais do cidadão e do homem estão lá”, diz filho de Ulysses Guimarães sobre a Constituição de 1988 | Globo Repórter

Tito afirma que talvez as gerações de hoje não tenham consciência do que é um regime sem liberdade, sem a democracia. Democracia que ele aprendeu em casa, nas lições passadas por Ulysses Guimarães.

‘Ele era um homem corajoso. Isso não tenho dúvidas. O legado é muito forte. A palavra dele é muito forte. Além de ter uma inteligência extraordinária, ele sabia conversar. A vida dele foi isso. Ele falava ‘Parlamento vem de parlare’. Parlare é o que se fala, então, a gente tem que falar, a gente ganha é na palavra. Então esse convívio foi muito importante’, conta Tito.

Ulysses Guimarães deixou as palavras e o exemplo. Ele não teve filhos, mas adotou a família de Dona Mora, eterna companheira. ‘Ele [se] casou com a minha mãe, [quando] eu tinha 8 anos. [Quando] meu pai morreu, eu tinha 3. Ele não teve filhos com a minha mãe. Então, foi o pai. A gente tinha uma família bem unida”, conta Tito.

O presidente da Constituinte dizia que ‘traidor da Constituição é traidor da pátria’. É impossível imaginar a constituição sem ele. E o orgulho se estende por gerações. “Eu sou suspeito para dizer. Mas quando falam em Constituição, eu fico olhando para ver o que é que vai ser dito, porque eu já sinto na carne alguma coisa ligada a ele”, diz Tito.

A Constituição de 1988 desenha o estado, a democracia, as instituições e o respeito pelas pessoas. “Ele tinha isso na cabeça. É uma constituição pensando no cidadão. A cidadania da pessoa, do brasileiro e isso eu acho que foi uma marca. Os direitos fundamentais do cidadão e do homem estão lá”, declara Tito.