Medicina e Saúde

O que é a doença da vaca louca?

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Um caso da doença da vaca louca foi identificado no Pará. Após o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmar o registro, a exportação de carne bovina para a China foi suspensa.

Nesta quinta-feira (23), o ministro Carlos Fávaro se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para esclarecer os trabalhos que o governo brasileiro está realizando para monitorar a situação identificada no estado do Pará.

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O que é a doença da vaca louca?

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “doença da vaca louca”, é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos.

O agente causador da EEB é a proteína príon, encontrada no tecido nervoso de animais infectados. Essa proteína se replica nas células do sistema nervoso central, causando a doença.

A principal forma de transmissão da doença é através da ingestão de alimentos provenientes de carcaças de animais infectadas.

A doença afeta humanos?

Sim, por fazer parte do grupo de doenças encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET), os seres humanos podem pegar uma das variantes da doença da vaca louca:

  • Doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD): acomete humanos, na maioria das vezes pessoas idosas (média de 65 anos de idade), tem distribuição mundial e com incidência de cerca de um caso por milhão de pessoas.
  • Nova Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD): também acomete humanos, porém em contraste à forma clássica da CJD, afeta pessoas jovens (média de 29 anos de idade), e está associada à ingestão de alimentos contaminados com o agente da EEB. Os sintomas, geralmente, são: perda de memória, dificuldade locomotora e visual, cansaço e rápida perda de peso

Por que ela é tão perigosa?

As encefalopatias espongiformes transmissíveis são doenças neurodegenerativas que têm um diagnóstico difícil, pois seus sintomas são identificados apenas nos sinais degenerativos finais da doença.

Palavra do especialista

Para entender mais sobre o caso, pedimos a avaliação do Doutor Gonzalo Vecina – que é um dos mais importantes médicos sanitaristas do Brasil e foi o primeiro presidente da Anvisa. Aliás, foi um dos cientistas que mais ajudaram a definir o papel da nossa agência de saúde. Segundo ele, o caso deve ser investigado com muita cautela:

É importante saber se a doença é natural ou adquirida. Provavelmente, é natural, pela idade do animal. O boi é herbívoro, mas nunca sabemos o que foi posto na ração. De qualquer forma, na maior parte dos estados, o boi é criado solto e fica no pasto. Temos que esperar o resultado do exame, que está no Canadá. A doença, em si, é bastante preocupante. Hoje, pelas exigências internacionais, a criação de animais é muito evoluída. Você consegue identificar, contar a história do bife que está na mesa. É o que chamamos de alimento seguro, ou seja, a garantia de rastrear o alimento para saber a que condições ele foi submetido. Tem risco à população? Tem. Mas, provavelmente, neste caso, não devemos ter nada a mais. Precisamos saber do resultado que virá do Canadá.

O doutor Gonzalo Vecina também explicou o funcionamento da doença no organismo dos animais e humanos:

É uma doença que se transmite através do consumo da carne. Muitas dessas doenças provocadas por microrganismos, como bactérias e vírus, terminam com o processo de cozimento do alimento. Os microrganismos se degeneram com o calor. No caso da vaca louca, o agente causal é o príon, e a gente não o conhece muito bem. O príon é uma molécula proteica. Nós temos príon no nosso cérebro, todos os animais têm. O que acontece é um desvio dos príons e eles passam a produzir vacúolos, destruindo o cérebro. Nós não sabemos como tratar e como desativar. O príon resiste a mais de 400 graus.

Imagem destacada: Natalliaskn/Shutterstock

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Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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