Novo tipo de estrela traz pistas sobre as misteriosas magnetares
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Redação do Site Inovação Tecnológica – 17/08/2023
um novo tipo de objeto astronmico (direita), desconhecido at hoje, uma enorme estrela magntica de hlio. Em alguns milhes de anos, a estrela explodir como uma supernova. Durante essa exploso, seu ncleo se contrair, prendendo e concentrando as j assustadoras linhas de campo magntico da estrela. O resultado ser uma estrela de nutrons com um campo magntico muito maior que seu progenitor – uma magnetar.
[Imagem: NOIRLab/AURA/NSF/P. Marenfeld/M. Zamani]
Estrela misteriosa
As magnetares so os ms mais fortes do Universo. Essas estrelas mortas superdensas, com campos magnticos extremamente fortes, podem ser encontradas em toda a parte na nossa galxia, mas os astrnomos no sabem exatamente como que esses objetos celestes se formam.
Agora, usando vrios telescpios de todo o mundo, astrnomos documentaram uma estrela viva que provavelmente se transformar numa magnetar. Este resultado marca a descoberta de um novo tipo de objeto astronmico, batizado de estrela magntica massiva de hlio, e ajuda a investigar as origens das magnetares.
Apesar de j ter sido observada h mais de 100 anos, a natureza enigmtica da estrela HD 45166 continua a no ser facilmente explicada pelos modelos convencionais, e pouco se sabe sobre esse objeto alm do fato de ser rica em hlio e ser algumas vezes mais massiva que o nosso Sol.
Apesar de a HD 45166 ser um sistema binrio, este estudo concentrou-se apenas na estrela rica em hlio e no em ambas as parceiras do binrio. O sistema est localizado a cerca de 3.000 anos-luz de distncia da Terra, na constelao do Unicrnio.
Proto-magnetar
O astrnomo Tomer Shenar, da Universidade de Amsterd, nos Pases Baixos, levantou a hiptese de que os campos magnticos poderiam ajudar a explicar o comportamento dessa estrela to peculiar. De fato, sabe-se que os campos magnticos influenciam o comportamento das estrelas e, por isso, talvez pudessem explicar tambm por que que os modelos tradicionais falham na descrio da HD45166.
A comprovao disso exigiu analisar a estrela com diferentes instrumentos de diversos observatrios, para colher todos os dados necessrios.
E a concluso foi clara: Os dados indicam que a estrela decididamente magntica, com um campo magntico extremamente forte, de 43.000 gauss – a estrela massiva mais magntica encontrada at hoje.
“Toda a superfcie da estrela de hlio tem um campo magntico quase 100.000 mais forte que o da Terra,” destacou Pablo Marchant, da Universidade de Lovaina, na Blgica.
O campo magntico de 43.000 gauss o campo mais forte j detectado numa estrela que excede o limite de massa de Chandrasekhar, o qual corresponde ao limite crtico acima do qual as estrelas podem colapsar em estrelas de nutrons – as magnetares so um tipo de estrelas de nutrons.
A HD 45166 tem um campo magntico de 43.000 gauss, o campo magntico mais forte encontrado at hoje numa estrela massiva.
[Imagem: ESO/L. Calada]
ms mais fortes do Universo
A descoberta desta primeira estrela magntica massiva de hlio d pistas sobre a origem das magnetares, que so estrelas mortas compactas permeadas por campos magnticos pelo menos um milhar de milhes de vezes mais fortes do que o da HD45166.
Os clculos da equipe indicam que esta estrela ir terminar a sua vida como uma magnetar. medida que for colapsando sob a sua prpria gravidade, o seu campo magntico ir fortalecer-se e eventualmente a estrela transformar-se- num ncleo muito compacto, com um campo magntico de cerca de 100 bilhes de gauss – o tipo de m mais poderoso do Universo.
Os dados tambm mostraram que a HD 45166 tem uma massa menor do que a registada anteriormente, cerca de duas vezes a massa do Sol, e que a sua companheira orbita a uma distncia maior do que o que se supunha antes.
O astrnomo Alexandre Soares de Oliveira, da Universidade do Vale do Paraba (SP), faz parte da equipe que descobriu este novo tipo de estrela.
Artigo: A massive helium star with a sufficiently strong magnetic field to form a magnetar
Autores: Tomer Shenar, Gregg A. Wade, Pablo Marchant, Stefano Bagnulo, Julia Bodensteiner, Dominic M. Bowman, Avishai Gilkis, Norbert Langer, Andr Nicolas-Chen, Lidia Oskinova, Timothy Van Reeth, Hugues Sana, Nicole St-Louis, Alexandre Soares de Oliveira, Helge Todt, Silvia Toonen
Revista: Science
Vol.: 381, Issue 6659 pp. 761-765
DOI: 10.1126/science.ade3293
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