Na cobertura externa, manifestos tentam ‘conter ameaças de Bolsonaro’ – 11/08/2022 – Nelson de Sá

Nos EUA, a cobertura do ato pela democracia se concentrou nas agências Associated Press e Reuters, com praticamente o mesmo enunciado, “Manifestos buscam conter ameaças de Bolsonaro”. Por Washington Post e outros, a AP mobilizou três correspondentes e descreve:

“Brasileiros lotaram a Faculdade de Direito da USP para ouvir um manifesto denunciando a brutal ditadura militar. Isso foi em 1977. 45 anos depois, milhares se reuniram no local para a leitura de dois documentos inspirados na ‘Carta aos Brasileiros’. Ambos defendem as instituições democráticas e o sistema de votação, que o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro ataca repetidamente.”

O francês Libération, já com a capa abaixo no início da noite, “A democracia está em jogo”. No site, “Eleição presidencial no Brasil: encarando Lula, Bolsonaro está pronto para quebrar as urnas?”. O texto abre descrevendo que a multidão diante da faculdade cantava “A democracia é nossa!”.

O jornal publica ainda o editorial “No Brasil, uma eleição de alto risco“, afirmando que “desde Trump sabemos que nossas democracias não estão imunes a um golpe ou loucura” e que Bolsonaro, “populista de extrema-direita”, pode usar o 7 de Setembro para “uma demonstração de força militar”. Já Lula “quer ser um unificador onde o atual presidente fez de tudo para dividir”.

Na chamada do inglês The Guardian, “Manifesto dos cidadãos declara que a democracia brasileira enfrenta ‘imenso perigo'”. No texto, anota que, além de São Paulo, “leituras simultâneas ocorreram em cidades de todo o país, incluindo Rio, bem como em universidades estrangeiras, como o King’s College”, de Londres.

Na América Latina, a atenção inicial ao ato pela democracia foi maior em veículos à esquerda, como o argentino Página/12 e o mexicano La Jornada, este com o enunciado “Protestam no Brasil ‘em defesa da democracia’ pouco antes das eleições”.

APAGA LIDERANÇA

Já veículos financeiros como a americana Bloomberg, com o título “Bolsonaro apaga liderança de Lula no estado mais populoso do Brasil”, se voltaram para a reação do presidente na intenção de voto, “após uma enxurrada de medidas para aliviar as dificuldades econômicas”.

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