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Monarco, presidente de honra da Portela, morre aos 88 anos | Jornal Nacional

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Morreu neste sábado (11), aos 88 anos, Monarco, o mais antigo guardião do samba carioca e presidente de honra da Portela.

A vida de Monarco é parte da história da música brasileira, do carnaval e da Portela. Na majestade do samba, o compositor foi representante da mais nobre linhagem.

“Eu peguei a Portela em 1946 para 1947 com o Carnaval de Santos Dumont. Ali eu ficava vendo aqueles bambambãs cantando o samba na roda e ficava armazenando aquilo na minha cabeça: ‘eu ainda vou fazer um samba para a minha Portela’”, disse ele em uma entrevista.

O apelido surgiu na infância. “Tinha um personagem, o camarada falou ‘Monaco‘ e eu comei a rir. Tinha uns 6 ou 7 aos. Esse ‘R’ entrou em Oswaldo Cruz não sei como”.

Nascido Hildemar Diniz, Monarco escolheu o samba na década de 1940, quando o estilo ainda era marginalizado.

“A polícia uma vez botou a gente para correr ali naquela esquina porque a gente estava cantando samba. E o sargento falou: ‘eu vou ali e volto, hein? Se encontrar essa bagunça ai já sabe, hein?’”, disse.

Antes de viver da música, batalhou em outras áreas. Foi guardador de carros, contínuo, feirante e peixeiro.

A guinada veio nos anos 1970, com a gravação de “Tudo menos amor”.

Monarco era o mais antigo representante da Velha Guarda da Portela. Registrou sambas históricos que poderiam se perder no tempo por não terem sido gravados, mas ele também era um compositor muito criativo, autor de sucessos cantados por nomes como Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, e Zeca Pagodinho.

“Zeca Pagodinho costuma dizer: ‘pô os velhos fizeram tudo, não deixou nada para a gente”, contou Monarco em uma entrevista.

“Nessas horas que fala assim: eu vou escrever o que? Tá tudo feito!”, confirmou Zeca, sorrindo.

Há dois anos, o disco “De todos os tempos” foi indicado ao Grammy de melhor álbum de samba. Monarco venceu o prêmio da música brasileira, em 2015. O presidente de honra da Portela também recebeu o estandarte de ouro de personalidade do carnaval.

Em uma entrevista pouco antes da pandemia, perguntado sobre qual o verso de samba que ele considerava mais bonito, ele não deixou de responder.

“‘O dia se renova todo dia. Eu envelheço cada dia e cada mês.

O mundo passa por mim todos os dias, enquanto eu passo pelo mundo uma vez.’

Alvaiade. Essa estrofe é bonita”, disse.

Uma das últimas entrevistas foi em setembro deste ano. A Velha Guarda da Portela se reuniu depois de um ano e meio sem cantar para o público para comemorar seus 50 anos.

“Veio a pandemia e afastou. Cada um para o seu lado, mas estamos aí para comemorar os 50 anos porque a Velha Guarda merece ser lembrada”, disse, na ocasião.

Nesse último encontro, uma imagem de bastidor para guardar na história: depois da entrevista, seu Monarco, como era respeitosamente chamado, caiu no samba na quadra da Portela.

“Eu fiz sambas aí que eu nem sabia que ia fazer e, de repente, nasceram na minha cabeça. Não é pensando: ‘eu vou fazer um samba pensando naquilo ali’. Não, nunca passou isso comigo. O ‘Coração em desalinho’, ‘Numa estrada dessa vida, eu te conheci ó flor…’, eu nunca esperava que ia fazer o sucesso que fez hoje”.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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