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Jacarezinho: sem ‘sinais de confronto’ em alguns imóveis e locais não foram preservados, aponta perícia | Rio de Janeiro

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Peritos da Polícia Civil que analisaram locais onde alguns dos 27 suspeitos foram mortos na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, não encontraram sinais de confronto e relataram que as cenas dos crimes não foram preservadas.

As informações constam em laudos de exame de local encaminhados pela polícia ao Ministério Público estadual e obtidos pela TV Globo.

No dia 6 do mês passado, a Secretaria de Polícia Civil fez uma operação no Jacarezinho onde 28 pessoas morreram – inclusive um agente. A ação foi a mais letal da história do Rio de Janeiro.

Num dos documentos, o perito responsável por fazer a análise afirmou que “não foram encontrados sinais compatíveis com a ocorrência de confronto no interior do apartamento”.

Na mesma avaliação, o profissional disse ter optado por não analisar o posicionamento dos estojos de munições – e de quem fez os disparos – porque a cena do crime não foi preservada.

Jacarezinho: um mês da operação mais letal da história do RJ
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Também no laudo, o perito narra ter constatado que ao menos uma pessoa ferida foi retirada do local, o que, na interpretação dele, modifica “perfis de manchas de sangue encontrados pelo caminho”.

Segundo o texto, havia um “desalinho encontrado na sala” que “modificou o posicionamento de componentes de munição de arma de fogo” e “desfez perfis de manchas de sangue”. Isso, de acordo com o profissional, “pode ter dificultado a visualização de outros vestígios”.

“As ações acima citadas, embora possam ser justificáveis, prejudicaram os exames periciais, não permitindo a identificação de outros elementos e a relação de exames mais detalhados. Fica a cargo da competente investigação policial a busca de esclarecimentos de fatos que levaram à não preservação do crime”, subscreve o perito.

Em outro laudo, também em um imóvel na favela, a “não preservação” da cena do crime impediu que a perícia determinasse o posicionamento de quem atirou.

Além disso, ao analisar manchas de sangue, o perito aponta mancha de sangue indicando que houve “arraste” de feridos desde a cozinha, passando pela sala e chegando à saída do apartamento.

“Constatado no piso da sala perfil de mancha de sangue transferido por arraste que teve inicio da ação na cozinha, estendendo-se pela sala e até a saída do apartamento (…) Este achado possui morfologia compatível com o deslocamento pelo chão liso de pessoa portadora de ferimento com desprendimento de sangue”, diz o texto.

Um terceiro exame também informa não terem sido “encontrados vestígios claros e característicos de situação de confronto no interior do apartamento”.

Com as manchas de sangue modificadas, o perito acrescentou não ter conseguido determinar quantas pessoas estavam feridas na sala do imóvel.

No dia da operação, moradores do Jacarezinho denunciaram excessos das forças policiais – o que foi negado pela Polícia Civil.

Um morador afirmou que, durante a perseguição a criminosos, duas pessoas foram mortas na casa onde ele vive com a avó.

Casa de morador que foi invadida por criminosos e policiais — Foto: Arquivo pessoal

Imagens do imóvel mostravam o local sujo com o sangue. Ele disse que presenciou a morte junto com a idosa.

“Respeito com os moradores, nunca tem. Isso é uma população, mas acho que eles pensam que estão no Iraque”, disse o morador.

OPERAÇÃO COM 28 MORTES NO JACAREZINHO

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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