Indígena vítima de atentado com ao menos 15 disparos presta depoimento à polícia: ‘não sei por que fizeram isso comigo’ | Mato Grosso do Sul
Vitorino foi baleado no braço e na perna e encaminhado para o Hospital Regional da cidade. Após receber alta médica, ele prestou depoimento na delegacia da cidade.
“Ninguém falou nada para mim, ninguém me ameaçou. Como eu não falhei com ninguém, não briguei com ninguém, não tive discussão com ninguém, eu estava tranquilo. Não sei por que fizeram isso comigo”, diz a vítima.
O indígena é uma liderança na cidade. Em 2012, disputou o cargo de capitão na comunidade indígena. Ele também já foi candidato a vereador pela cidade, em 2016.
A Polícia Civil investiga se o ataque tem relação com outras duas mortes de indígenas registradas nos últimos dois meses na região ou então com as eleições indígenas realizadas no domingo (31).
Eleições para capitão da comunidade indígena foi realizada no domingo. — Foto: Reprodução/TVMorena
Conflito entre indígenas e policiais em Amambai
Em 24 de junho, um confronto entre indígenas Guarani Kaiowá e policiais do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, deixou vários feridos em uma propriedade rural em Amambai (MS). Um indígena, identificado como Vito Fernandes, de 42 anos, morreu após o confronto em decorrência de três perfurações de arma de fogo pelo corpo.
Ao todo sete indígenas foram levados feridos para o hospital, sendo dois menores de idade. Três policiais do Batalhão de Choque foram atingidos com disparos na perna e nos pés e foram levados para atendimento médico em Ponta Porã (MS), conforme a secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
O conflito ocorreu na sexta-feira (24). — Foto: Redes sociais/Reprodução
Já em 14 de julho, o indígena guarani- kaiowá Márcio Moreira morreu após ser atingido por um disparo de arma de fogo, feito por dois homens que estavam em uma moto, afirma uma liderança indígena.
Conforme a liderança, Márcio foi chamado por um taxista até o local do crime para realizar um trabalho em uma construção.
Márcio Moreira foi encontrado morto em uma construção. — Foto: Reprodução/RedesSociais
A vítima teria chamado outras duas pessoas para ajudá-lo no serviço. Em determinado momento, o trio foi rendido por dois homens que estavam em uma moto, afirma Júnior. Uma das vítimas conseguiu fugir do local, outra ficou ferida e Márcio foi pedir socorro em uma construção vizinha, onde morreu.
Conforme o Corpo de Bombeiros, quando a viatura chegou ao local, Márcio estava deitado no chão, já sem vida. Os socorristas identificaram na vítima uma perfuração de arma de fogo na região do ombro e uma perfuração de arma branca no tórax.
A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul informou que as mortes dos dois indígenas ainda são investigadas.
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