Homem que cruzou fronteira para Coreia do Norte era desertor do regime, diz Seul – 03/01/2022 – Mundo
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul afirmou nesta segunda-feira (3) acreditar que o homem visto cruzando a fronteira fortemente vigiada para a Coreia do Norte na última semana seja um desertor do regime de Kim Jong-un que já havia passado pelo mesmo local em 2020.
O Estado-Maior Conjunto do sul divulgou ter realizado uma investigação depois de detectar a pessoa na parte leste da zona desmilitarizada que separa as duas Coreias. Anteriormente, o comando militar havia dito que se tratava de um sul-coreano. De acordo com a mídia do país, o homem tinha experiência como ginasta, o que o ajudou a escalar as cercas.
Um oficial do ministério disse a jornalistas que se especula que o homem tenha cerca de 30 anos e chegou ao sul em novembro de 2020. A essa altura, o governo de Seul não acredita que se trate de um caso de espionagem, segundo o funcionário.
Ele também relatou que a Coreia do Norte reconheceu ter recebido as mensagens do Sul sobre o incidente, mas não forneceu mais detalhes sobre o que aconteceu. Investigadores buscam ainda determinar se um movimento detectado no fim de semana eram tropas do regime que se dirigiam para levar o homem.
O cruzamento da fronteira, que é ilegal na Coreia do Sul, ocorreu em meio às duras medidas adotadas pelo Norte para conter a propagação do coronavírus, adotadas no início de 2020 —ainda que o regime não tenha confirmado nenhuma infecção.
As restrições geraram um incidente no qual tropas norte-coreanas mataram um oficial da pesca do Sul a tiros e depois queimaram seus restos mortais, justificando como uma precaução contra a Covid-19. Após o caso, o regime se desculpou.
FRONTEIRA PERIGOSA
Ainda que milhares de norte-coreanos tenham se estabelecido no Sul, as passagens pela zona desmilitarizada são raras, e a maioria dos desertores deixa o país pela China. Ainda assim, diversos incidentes motivaram preocupações por parte de Seul relacionadas a falhas na segurança ou demora na resposta de tropas que vigiam a fronteira.
Quando o desertor cruzou da Coreia do Norte para o Sul em 2020, por exemplo, passaram-se 14 horas até que ele fosse detido, gerando uma promessa dos militares de Seul de melhorar a segurança.
No caso da última semana, a presença de uma pessoa perto da fronteira passou despercebida por cerca de três horas até que câmeras de segurança gravaram alguém escalando, o que disparou o alarme.
Uma operação de busca chegou a ser feita, mas os sul-coreanos não conseguiram impedir a passagem para o Norte.
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