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Funcionários do Samu alegam de condições precárias de trabalho em bases do Sul de MG | Sul de Minas

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Socorristas do Samu de pelo menos quatro cidades do Sul de Minas reclamam de condições precárias de trabalho. Entre os problemas estão corte de benefícios por causa de licença em função da Covid-19, baixos salários, bases inadequadas e até falta de água potável.

O Samu na região é administrado pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas. São 35 viaturas de suporte básico e 9 de suporte avançado em 35 bases para atender 152 cidades.

“O salário nosso é uma vergonha, eu ganho R$ 1,3 mil, você acredita? Não era esse salário quando nós fizemos o concurso, daria um salário de 60% a mais. Hoje estamos com um salário mínimo praticamente”, disse o motorista de ambulância Cleiton Francisco Ferreira.

O motorista está com Covid-19. Ele não é o único afastado, o que tem sobrecarregado a equipe.

“Nós estamos no limite. Nossa profissão, nós pedimos psicólogo e outras coisas que nós não temos. Nós não temos um plano de saúde, acabamos sendo atendidos pelo SUS. A realidade do SUS todo mundo já sabe. Nós acabamos ficando expostos”, completou o motorista.

Outro funcionário do Samu, que preferiu não se identificar, disse que conhece de perto os problemas de várias bases do Sul de Minas.

“Bases que estão chovendo dentro dela. Vou citar um exemplo: a base de Três Pontas. Antigamente, aquilo lá era um bar. Então, não tem nenhuma estrutura para ser uma unidade de atendimento pré-hospitalar. Essa é a realidade de várias outras cidades. Campos Gerais a base também era um antigo bar, em uma quadra do Ginásio Poliesportivo. A gente tem várias bases ai na região na mesma condição, onde a gente não está tendo condição salubre de trabalhar”, comentou.

Funcionários do Samu reclamam de condições precárias de trabalho em bases do Sul de MG — Foto: Reprodução/EPTV

Um outro profissional afastado com Covid-19, que também não quis se identificar, se diz desapontado com o trabalho.

“O nosso vale alimentação, da parte operacional, ou seja, do pessoal que está na rua, ele é bem menor. Ele é pago por 40 horas semanais e ele é bem menor do que do pessoal que trabalha no administrativo, que também é contratado com 40 horas semanais e recebe ai R$ 396 de vale-alimentação, contra R$ 288 nosso do operacional. E nessas bases, a gente fica na base, não tem como sair da base para poder pegar alimento. Então, muitas vezes a gente pede para fazer entrega nessas bases, tem ai R$ 12, R$ 13 só de taxa de entrega. Porque tem base que fica quase 10 quilômetros do centro da cidade”, falou.

Para a diretoria do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (SindSaúde), apesar dos problemas serem pontuais em algumas cidades da região, eles são graves. E a responsabilidade de manter as bases em condições são dos municípios que compõem o Consorcio Intermunicipal de Saúde.

A diretora estadual do SindSaúde, que representa os trabalhadores, aguarda medidas das prefeituras.

“O município sede daquela base é o responsável desde a limpeza, até a manutenção e a estrutura física. E o que está acontecendo? Não temos registros dessas manutenções. Se você não tem um espaço adequado de esterilizações ou expurgo de lixo, essa equipe vai atrasar na sua saída. Ai, aquela ocorrência que é preciso atender em seis minutos, 15 minutos, dependendo da distância, ele não consegue sair em tempo hábil, porque ele precisa de todos os equipamentos em um determinado momento para que isso aconteça. O sinal tocou, ele precisa estar todo pronto para tripular uma ambulância. E não é simples quando a base não favorece dentro da sua estrutura física”, destacou a diretora estadual do Sindsaúde, Núbia Dias.

A produção da EPTV, afiliada Rede Globo, entrou em contato com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas (Cissul) para buscar um posicionamento sobre o assunto.

O secretário executivo do consórcio falou sobre a obrigatoriedade dos próprios funcionários do Samu manterem a higiene das bases, sobre o não pagamento de vale alimentação para quem está em isolamento e a respeito do reajuste salarial. Referente às condições das bases, ele alegou que a responsabilidade é dos municípios.

“São de inteira responsabilidade dos municípios, que tem contribuído para manter de acordo com as normas vigentes. Os questionamentos sobre as limpezas das bases, escalarecemos que o mínimo de higiene deve ser dado pelos nossos trabalhadores conforme previsto no nosso regimento interno de trabalho”, falou Jeovane Ernesto Constantini.

“No caso do colaborador que se afastou comprovadamente pela contaminação da Covid-19, ele vai receber esse benefício. Caso o afastamento acabe sendo por isolamento e não contaminação comprovada, de acordo com as normas regimentais vigentes no consórcio e aprovadas em assembleia, esse benefício não será pago”, completou o secretário executivo do Cissul/Samu

Na Assembleia Legislativa

Dois projetos de lei foram apresentados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais em apoio aos funcionários do Samu. Um deles defende o reconhecimento dos motoristas socorristas como profissionais de saúde. Já o outro busca o pagamento de adicional de insalubridade para os trabalhadores.

De acordo com o Sindsaúde, os projetos começaram a tramitar e ainda estão sendo analisados pelas comissões da Casa.

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Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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