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Familiares de vítimas do 11 de Setembro pedem para EUA avaliarem envolvimento de sauditas em atentados – 02/09/2021 – Mundo

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O governo americano voltou a receber, nesta quinta-feira (2), pedidos de familiares de vítimas do 11 de Setembro para que investigue um suposto papel da Arábia Saudita nos ataques. Quinze dos 19 sequestradores dos aviões que participaram do atentado eram sauditas, assim como Osama bin Laden, morto em 2011.

Uma comissão do governo, encerrada em 2004, não encontrou evidências de que a Arábia Saudita tenha financiado diretamente a Al Qaeda, grupo responsável pelos ataques, mas deixou em aberto a possibilidade de autoridades sauditas terem participado do planejamento, isoladamente.

O país do Oriente Médio —um dos principais aliados dos EUA na região— sempre declarou que não teve nenhum papel nos ataques.

O pedido desta quinta, enviado ao inspetor-geral do Departamento de Justiça, Michael Horowitz, é assinado por 3.500 pessoas, todas familiares de vítimas, socorristas ou sobreviventes dos atentados. Na ocasião, quase 3.000 pessoas foram mortas, sendo 2.600 no ataque ao World Trade Center, 125 no Pentágono e 265 passageiros dos aviões sequestrados.

Os autores do pedido suspeitam que, à época, o FBI, polícia federal americana, tenha mentido ou destruído evidências que ligavam a Arábia Saudita aos sequestradores. “As circunstâncias tornam provável que um ou mais funcionários do FBI cometeram má conduta com a intenção de destruir ou esconder evidências para evitar sua divulgação”, escrevem.

A carta ainda pede a Horowitz que investigue declarações do FBI, dadas em resposta a uma intimação das famílias, de que a agência “perdeu ou simplesmente não é mais capaz de encontrar evidências importantes sobre os indivíduos que forneceram apoio substancial dentro dos EUA aos sequestradores do 11 de Setembro”.

Entre as provas solicitadas pelos autores da carta estão registros telefônicos e um vídeo de uma festa na Califórnia com a presença de dois dos sequestradores, gravado mais de um ano antes dos ataques.

“Dada a importância das evidências ausentes em questão para a investigação do 11 de Setembro, bem como o manuseio incorreto pelo FBI dessas evidências, uma explicação inocente não é crível”, enfatizaram.

“Nosso governo está mentindo sobre as evidências que possui ou está, ativamente, as destruindo, e não sei o que é pior”, disse Brett Eagleson, filho de uma das vítimas dos atentados.

O FBI se recusou a comentar a carta.

Desde 2001, familiares das vítimas têm exigido acesso aos documentos do governo americano quanto às investigações dos atentados, incluindo relatórios secretos relacionados ao fato de a Arábia Saudita ter ajudado ou financiado qualquer um dos 19 terroristas associados à Al Qaeda.

Na época, os Estados Unidos acusaram o Talibã, então ocupantes do poder no Afeganistão, de abrigar o grupo terrorista, o que culminou na invasão americana no país asiático —encerrada nesta semana.

Mesmo sem provas de que a Arábia Saudita tenha dado suporte aos terroristas do 11 de Setembro, familiares de cerca de 2.600 mortos e mais de 20 mil feridos processaram o país do Oriente Médio, pedindo indenizações de bilhões de dólares. Ações semelhantes foram movidas por empresas e seguradoras.

A exigência por transparência nas investigações vem ganhando força nos últimos meses. Em agosto, mais de 1.600 pessoas diretamente afetadas pelos atentados pediram a Biden que não organizasse eventos memoriais de 20 anos dos atentados e que ao menos ele divulgasse os documentos secretos que possam evidenciar o suposto apoio de líderes sauditas aos terroristas.

Três dias depois, o Departamento de Justiça informou, no âmbito de um processo judicial, que havia decidido revisar as alegações que tinha dado anteriormente para não conceder os documentos aos familiares das vítimas.

“Minha administração está comprometida em garantir o máximo grau de transparência sob a lei”, disse Biden em 9 de agosto, em declaração saudando o compromisso do departamento com uma nova revisão.

A Arábia Saudita é um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio e a relação entre os dois países se tornou ainda mais forte no governo do ex-presidente Donald Trump. Durante a campanha eleitoral, Biden prometeu linha dura com os sauditas, acusados de ignorar os direitos humanos e perseguir críticos.

Em fevereiro, a CIA divulgou um relatório que responsabiliza o príncipe Mohammed bin Salman por ter ordenado o assassinato e esquartejamento do jornalista saudita Jamal Khashoggi dentro do consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2018.

No mesmo dia, o secretário de Estado, Antony Blinken, anunciou restrições de vistos de 76 pessoas da Arábia Saudita que “teriam se envolvido diretamente em atividades contra dissidentes extraterritoriais”.

Apesar das constatações, bin Salman não sofreu punições dos americanos.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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