EUA suspendem sanções contra sobrinho de Maduro – 17/06/2022 – Mundo
Os Estados Unidos suspenderam as sanções contra um sobrinho da mulher do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (17) o Departamento do Tesouro americano. O anúncio ocorre semanas depois que Washington afirmou que tem flexibilizado sanções e tomado medidas para incentivar o diálogo do governo da Venezuela com a oposição.
Carlos Erik Malpica Flores havia sido incluído na lista de sanções dos Estados Unidos em 2017 por suposto vínculo com atos de corrupção. Segundo a imprensa venezuelana, ele tem 49 anos e ocupou três dos cargos mais importantes no funcionalismo público venezuelano: tesoureiro nacional, diretor financeiro da petroleira estatal PDVSA e diretor do Banco de Desenvolvimento da Venezuela. Também trabalhou no Ministério das Relações Exteriores, no Parlamento e na secretaria da Presidência.
Em maio, o governo do presidente americano, Joe Biden, afirmou que a oposição venezuelana, que Washington considera governo interino, havia solicitado uma série de medidas para abrir caminho para o diálogo com Maduro. Além da retirada da sanção contra Flores, a Casa Branca autorizou a Chevron, a única petroleira norte-americana que ainda possui ativos na Venezuela, a negociar com a PDVSA.
Na última semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou acreditar que serão retomadas em breve as negociações entre governo e oposição, liderada por Juan Guaidó, na Cidade do México. No ano passado, a oposição e o regime Maduro iniciaram uma tentativa de diálogo na capital mexicana, mas o ditador suspendeu as negociações em outubro em retaliação à extradição de Cabo Verde para os Estados Unidos de Alex Saab, empresário considerado seu testa de ferro.
Nesta sexta-feira (17), Gerardo Blyde, da Plataforma Unitarista, grupo político de Guaidó, escreveu em rede social que a aliança “trabalhou muito estreitamente com os Estados Unidos em ações específicas destinadas a reativar o processo de negociação (…) em busca de soluções para a grave crise que afeta o povo venezuelano”.
Os Estados Unidos reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela após as eleições de 2018, que consideram fraudulentas, embora na prática o poder no país seja exercido pelo ditador chavista.
Naquele ano, após as eleições, o ex-presidente republicano Donald Trump lançou uma campanha de pressão para tirar Maduro do poder. Mas Maduro sobreviveu, com o apoio das Forças Armadas, além de Rússia, China e Cuba. Como consequência, alguns parlamentares da ala esquerda do Partido Democrata pedem que os Estados Unidos retomem o diálogo com o venezuelano, mas ainda há relutância entre outros democratas mais conservadores e republicanos.
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