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Elvis! Queen! Dylan! Elton! As 20 melhores biografias musicais da história – 16/07/2022

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Uma cinebiografia musical já entra em campo com metade do jogo ganho. A primeira paixão está lá. O que os cineastas precisam, então, é equilibrar os fragmentos de uma carreira notável, temperar na dramatização e deixar que a música conduza o resto.

“Elvis”, que está em cartaz, tem seu quinhão de defeitos. Mas o diretor Baz Luhrmann preenche as lacunas com uma energia tão exuberante que é impossível não embarcar. Foi esse meu norte quando fiz a lista a seguir: abraçar o espetáculo.

TRAGÉDIAS E TRIUNFOS

Não falo em palco, luzes e a reprodução no cinema da vibração natural de um show. O espetáculo aqui é humano, é buscar entender como o talento de algumas pessoas dispara a ponto de elas parecerem maiores que a vida.

Revisitei algumas dúzias de musicais para cravar a lista a seguir. Algumas regras. Primeiro, nada de bandas fictícias. Ou seja, não temos “Bandwagon” nem “Ainda Muito Loucos”, nada de Quase Famosos” ou “This Is Spinal Tap”.

Não tem problema. O que segue abaixo é uma celebração da música e tudo que a orbita – as tragédias, os triunfos, a emoção e a certeza, ao fim de cada um dos filmes a seguir, que o mundo é um lugar melhor porque as pessoas ali retratadas nos deram o presente da música. Deixei algum de fora? Mete bronca nos comentários!

20. THE DOORS
(The Doors, Oliver Stone, 1991)

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Imagem: Columbia

Oliver Stone pode ter pesado a mão na liberdade artística ao contrar a história do The Doors. Ele depois se defendeu, dizendo que seu filme era menos uma biografia e mais um recorte de sua percepção de uma época. Não importa. Val Kilmer como Jim Morrison ainda é para ser aplaudido de pé.

19. A FERA DO ROCK
(Great Balls of Fire!, Jim McBride, 1989)

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Imagem: Fox

Dennis Quaid abraça a energia interminável do lendário Jerry Lee Lewis, e o filme equilibra bem o drama com os ótimos momentos musicais. O único revés é o esforço do diretor Jim McBride em não melindrar seu biografado, suavizando algumas passagem polêmicas (para dizer o mínimo) de sua conturbada vida pessoal. Alec Baldwin, como o pastor Jimmy Swaggart, parece estar em outro filme.

18. ELVIS
(Elvis, Baz Luhrmann, 2022)

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Imagem: Warner

Vá ao cinema para conferir o espetáculo exuberante que Baz Luhrmann criou com a trajetória do Rei do Rock. 100 por cento estilo e quase nenhuma substância, claro. Mas nada poderia nos preparar para a interpretação bárbara de Austin Butler: em cena, ele É Elvis!

17. A HISTÓRIA DE BUDDY HOLLY
(The Buddy Holly Story, Steve Rash, 1978)

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Imagem: Columbia

Buddy Holly é uma história de tragédia e triunfo que tornou-se parte do tecido cultural dos Estados Unidos. Ao migrar da música country para o rock and roll no final dos anos 1950, ele conheceu o sucesso e deixou sua marca. Foi uma carreira curta, abreviada pelo acidente aéreo que, em 1959, também levou os cantores Big Bopper e Richie Valens. Este filme de 1978 ilumina detalhes de sua vida fora dos holofotes, em uma performance elogiada do ator Gary Busey, que foi indicado ao Oscar.

16. RAY
(Ray, Taylor Hackford, 2004)

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Imagem: Universal

Se “A Fera do Rock” domou a personalidade de Jerry Lee Lewis, neste filme de Taylor Hackford o próprio Ray Charles, que chegou a ver sua bio pronta antes de sua morte, foi claro: “Fiz muita bobagem das quais não me orgulho, quero cada uma delas no filme”. Recado assimilado com força, traduzida na performance espetacular de Jamie Foxx.

15. SHINE: BRILHANTE
(Shine, Scott Hicks, 1996)

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Imagem: Buena Vista

Geoffrey Rush tinha uma carreira consolidada nos palcos australianos e em papéis esparsos em filmes modestos quando interpretou o pianista prodígio David Helgott, que depois de um colapso nervoso hesita em voltar ao palco. É uma performance arrebatadora, que rendeu o Oscar ao ator. Merecido.

14. JOHNNY & JUNE
(Walk the Line, James Mangold, 2005)

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Imagem: Fox

Lembro quando conversei com Joaquin Phoenix no lançamento de “Johnny & June”, em que falamos dos paralelos da morte trágica do irmão do ator, River Phoenix, com eventos cruciais na vida de Johnny Cash. Seu silêncio foi a melhor resposta, o momento em que a linha entre vida e arte ficou borrada. Apesar da estrutura tradicional, é a sutileza emocional da relação de Cash com June Carter (Reese Witherspoon) que ancora o filme.

13. LA BAMBA
(La Bamba, Luis Valdez, 1987)

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Imagem: Columbia

“La Bamba” é uma experiência agridoce. A trajetória de Richie Valens, um dos pioneiros do rock, tem peso ainda maior devido a sua origem latina e as barreiras que ele derrubou em sua breve carreira. É este a sombra que o filme projeta desde o primeiro momento, em que sabemos que seu sucesso meteórico será interrompido por uma tragédia. A música de Valens, entretanto, é eterna.

12. BOHEMIAN RHAPSODY
(Bohemian Rhapsody, Bryan Singer, 2018)

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Imagem: Fox

A biografia musical mais bem-sucedida da história coloca Rami Malek como Freddie Mercury, a voz do supergrupo Queen. O filme de Bryan Singer é inconsistente em tom e ritmo, atropelando eventos e reorganizando a história para fins dramáticos. Tudo bem. Qualquer birra com o filme se evapora nos brilhantes 20 minutos finais, que reproduzem a apresentação do Queen no festival Live Aid e m 1985. É para isso, meus caros, que o cinema foi inventado!

11. 8 MILE: RUA DAS ILUSÕES
(8 Mile, Curtis Hanson, 2002)

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Imagem: Universal

No começo do século, Eminem era uma força irrefreável. Era o artista que vendia mais discos, que lotava mais shows. Sua estreia no cinema respeitou sua própria estatura. Em vez de protagonizar um docudrama para afagar o próprio ego, ele optou por um drama que bebe avidamente de sua própria biografia. Ele é B-Rabbit, rapper branco que busca espaço em uma comunidade – e uma forma de arte – majoritariamente negra. O duelo final, com o futuro Capitão América Anthony Mackie, é de arrepiar.

10. THE BEACH BOYS: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
(Love & Mercy, Bill Pohlad, 2014)

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Imagem: Sony

A vida de Brian Wilson, líder dos Beach Boys, é a base para uma exploração sóbria e intensa sobre uma vida afetada por uma doença mental. “Love & Mercy” acompanha Wilson em dois momentos distintos de sua vida. Primeiro, ainda jovem (interpretado por Paul Dano), durante as gravações do clássico “Pet Sounds”. Depois, já em sua meia idade (papel de John Cusack), em que ele encara um tratamento que pode piorar sua condição. O título nacional bizarro esconde um filme discreto e emocionante.

9. ESTA TERRA É MINHA TERRA
(Bound for Glory, Hal Ashby, 1976)

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Imagem: MGM

O título nacional dessa biografia do cantor folk Woodie Guthrie vez de sua canção mais famosa, “This Land Is Our Land”. É a tradução em música de um sentimento de união e justiça social que conduziu sua trajetória na América da Grande Depressão. O filme de Hal Ashby, com David Carradine à frente, captura esse momento com beleza quase poética, transformando a paisagem americana em arte. Indicado ao Oscar de melhor filme, “Essa Terra É Mina Terra” concorreu com “Taxi Driver”, “Rede de Intrigas”, “Todos os Homens do Presidente” e “Rocky”, que levou a estatueta. Que ano!

8. STRAIGHT OUTTA COMPTON: A HISTÓRIA DO N.W.A.
(Straight Outta Compton, F. Gary Gray, 2015)

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Imagem: Universal

O grupo pioneiro de gangsta rap N.W.A. Não fazia somente música. Suas letras, que abordavam de misoginia a violência policial, eram um retrato fiel de sua vida nas ruas e guetos de Los Angeles no fim dos anos 1980. O filme assinado por F. Gary Gray, um sucesso que bateu os US$ 200 milhões em todo o mundo, reflete a imensa popularidade e influência do grupo. Uma obra tão intensa e agressiva quanto o grupo que a inspirou.

7. CONTROL: A HISTÓRIA DE IAN CURTIS
(Control, Anton Corbijn, 2007)

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Imagem: Reprodução

“Control” evoca os mesmos sentimentos da música inovadora do Joy Division. Isolamento. Solidão. A beleza de transformar o cinza que parece tomar nossa alma em arte. É um trabalho de direção delicado de Anton Corbijn, que encontra em Sam Riley o canal perfeito para evocar a essência torturada de Ian Curtis. Um filme belo e triste, que pode (e deve) ser apreciado até por quem não conhece sua obra. Cá está um ótimo ponto de partida.

6. BIRD
(Bird, Clint Eastwood, 1988)

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Imagem: Warner

Apaixonado por jazz, o diretor Clint Eastwood fez aqui uma declaração de amor a seu ídolo, o genial saxofonista Charlie Parker. Em uma interpretação gigante de Forest Whitaker, percorremos os corredores de sua breve carreira, interrompida por uma overdose de heroína quando o músico tinha 34 anos. Clint imprime em “Bird” o ritmo melancólico do jazz em uma obra que, ao mesmo tempo, acalenta e machuca o coração.

5. O DESTINO MUDOU SUA VIDA
(Coal Miner’s Daughter, Michael Apted, 1980)

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Imagem: Universal

A vida de Loretta Lynn soa exatamente como a música country que fez dela uma estrela. Criada na pobreza, colocada jovem (até demais) no papel de esposa e mãe, ela encontrou na música a fuga para as grades que a vida lhe impôs – ironicamente, um caminho que a amarrou com mais força em suas raízes. Michael Apted conta sua história com um olhar agridoce, amparado pela performance delicada, emocionante e premiada com o Oscar de Sissy Spacek.

4. TINA
(What’s Love Got to Do With It, Brian Gibson, 1993)

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Imagem: Touchstone

Poucas histórias são tão fascinantes quanto a de Anna Mae Bullock, que descobriu sua paixão por cantar no coral da igreja e, anos depois, tornou-se uma das maiores estrelas da música, já rebatizada Tina Turner. Essa é a fachada pública, erguida para disfarçar uma vida de abusos sofrida nas mãos do carismático Ike, que a moldou para o estrelato e a agredia brutalmente fora dos holofotes. “Tina” é um espetáculo, mas são Angela Bassett e Laurence Fishburne quem o tornam humano.

3. ROCKETMAN
(Rocketman, Dexter Fletcher, 2019)

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Imagem: Paramount

Não existe figura mais esfuziante no universo musical do que Elton John. Poucos artistas também conviveram com tantos altos e baixos. O filme de Dexter Fletcher traz o equilíbrio perfeito: respeita seu biografado, não joga nada para baixo do tapete e alcança o cerne de sua excentricidade, que por muito tempo cobriu uma fragilidade tocante.

Em vez de seguir uma narrativa tradicional, “Rocketman” pincela a trama com momentos retirados de sonhos, dando a nós a sugestão das sensações experimentadas por Elton quando ele sentava ao piano e criava poesia com a ponta de seus dedos. Ao fim, não é sobre a música ou os excessos ou o espetáculo: é sobre o poder da amizade, capaz de resgatar qualquer um do abismo. E nem falei de Taron Egerton! Precisa?

2. SID & NANCY, O AMOR MATA
(Sid and Nancy, Alex Cox, 1986)

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Imagem: Reprodução

Os Sex Pistols duraram menos de três anos, dispararam o punk rock na Inglaterra e influenciaram o visual do movimento em todo o mundo. A história aqui, porém, não é de sucesso. É uma história de amor marcada pelo excesso e pela tragédia. Sid Vicious, baixista da banda, envolve-se com a groupie americana Nancy Spungen em um relacionamento auto destrutivo alimentado pelo vício em heroína.

Alex Cox não pisa no freio em seu retrato de um mundo que só faz sentido quando nublado pelas drogas. Gary Oldman é excepcional em sua performance como Sid, a imagem de uma história de amor arrebatadora e muito, muito triste.

1. NÃO ESTOU LÁ
(I´m Not There, Todd Haynes, 2007)

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Imagem: Europa

Bob Dylan é um dos artistas mais complexos que o mundo da música concebeu. Inicialmente um cantor folk, ele cometeu a heresia de adicionar uma guitarra elétrica à mistura, e o resto é história. Com décadas de carreira, ele definiu parte da contracultura americana nos anos 1960, cantando sobre a luta pelos direitos civis e temas políticos, sociais e filosóficos. Se existe um artista multifacetado, ele é Bob Dylan.

A abordagem de Todd Haynes no sublime “Não Estou Lá” é, na falta de uma palavra melhor, perfeita. Em vez de se fechar numa narrativa tradicional, o diretor captura vários aspectos da imagem de Dylan ao acompanhar seis personagens distintos, cada um representando uma de suas camadas. É uma estratégia hipnotizante, que dá a artistas como Richard Gere, Christian Bale e Cate Blanchett a oportunidade de representar parte de Dylan.

“Não Estou Lá” torna-se, assim, uma celebração diferente. Em vez da fidelidade à biografia de Bob Dylan, Haynes se aprofunda no mistério, dividindo conosco suas próprias obsessões acerca da vida e obra de um dos artistas mais completos da música. Ao ignoar uma estrutura formal, o diretor busca entender o processo criativo genial do músico. Nem sempre funciona. Mas é uma jornada irrepreensível de descobertas e surpresas. Coroada, claro, com a arte de um gênio.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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