Descoberto par de asteroides mais jovem do Sistema Solar

Espao

Com informações do Observatório Lowell – 07/02/2022

Pares de asteroides

Uma equipe internacional de astrnomos descobriu um par de asteroides que se separaram de seu corpo original h apenas 300 anos.

Isso torna a dupla o par de asteroides mais jovem conhecido por pelo menos um fator de dez. Alm disso, e de passar bem perto da rbita da Terra, ele tem propriedades difceis de explicar devido sua pouca idade.

A maioria dos asteroides em nosso Sistema Solar reside na rea entre as rbitas de Marte e Jpiter, conhecida como “Cinturo de Asteroides Principal”. Mais perto de casa, os astrnomos j identificaram vrios outros corpos celestes similares, conhecidos agora como “Asteroides Prximos da Terra”, cujas rbitas os trazem para a vizinhana do nosso planeta.

Em 2019, o telescpio de pesquisa Pan-STARRS1, no Hava, e o Rastreio Celeste Catalina, no Arizona, descobriram dois novos asteroides prximos da Terra, rotulados como “2019 PR2” e “2019 QR6”. O maior dos dois mede cerca de um quilmetro de dimetro, enquanto o menor tem cerca de 500 metros. Os dados j mostravam que ambos tm rbitas muito semelhantes ao redor do Sol.

Um estudo mais aprofundado, feito por uma equipe liderada pelo professor Petr Fatka, do Instituto Astronmico da Academia Tcheca de Cincias, confirmou que se trata realmente de um par de asteroides – dois asteroides que se separaram de um nico asteroide pai nos ltimos milhes de anos – que atualmente est separado um do outro por cerca de um milho de quilmetros.

Vrios telescpios foram usados ento para as observaes de acompanhamento, incluindo o Telescpio Lowell, de 4,3 metros, no norte do Arizona. Essas observaes revelaram agora propriedades de superfcie muito semelhantes de ambos os asteroides, fundamentando ainda mais a hiptese de sua origem comum.

“Graas s medies realizadas com o Lowell, est claro que o ‘2019 PR2’ e o ‘2019 QR6’ vm do mesmo objeto pai, e sua alta semelhana orbital no coincidncia,” disse Fatka.

Asteroides recm-nascidos

A maioria dos pares de asteroides provavelmente se forma por fisso rotacional, quando um asteroide giratrio atinge uma velocidade crtica, na qual ele se esfacela, formando um ou mais novos corpos, mantendo rbitas altamente semelhantes s do corpo pai.

Com base em vrias tcnicas de modelagem e em observaes adicionais – incluindo a recuperao de deteces anteriormente despercebidas, feitas com o Catalina, 14 anos antes da descoberta oficial – a equipe determinou que o par se separou apenas 300 anos atrs, o que o torna o par de asteroides mais jovem conhecido.

” muito emocionante encontrar um par de asteroides to jovem, que foi formado apenas cerca de 300 anos atrs, que algo como esta manh – nem mesmo ontem – nas escalas de tempo astronmicas,” disse Fatka. O par detentor do recorde anterior era pelo menos dez vezes mais velho.

Como eles se formaram?

Essa pouca idade trouxe uma grande dificuldade em conciliar a histria de formao da dupla: Os modelos padro de formao de pares de asteroides por fisso rotacional no conseguiram explicar completamente as propriedades do 2019 PR2 e do 2019 QR6 – algo mais deve ter acontecido para explicar seu distanciamento atual.

A equipe ento desenvolveu novos modelos, que assumem que o corpo original era um cometa, cujos jatos de gs poderiam empurrar suas rbitas para a configurao vista hoje. Isso forneceu uma histria de origem logicamente vivel para esses objetos, mas a hiptese ainda problemtica: “Nos dias atuais, os corpos no apresentam qualquer sinal de atividade cometria. Portanto, permanece um mistrio como esses objetos poderiam ter passado de um nico corpo parental, para objetos individualmente ativos, [e ento] para o par inativo que vemos hoje, [e tudo isso] em apenas 300 anos,” disse Nicholas Moskovitz, do Observatrio Lowell.

Para responder a esta questo, ser necessrio fazer mais observaes. No entanto, isso ter que esperar mais de uma dcada.

“Para termos uma ideia melhor sobre qual processo causou a ruptura do corpo-me, teremos que esperar at 2033, quando ambos os objetos estaro novamente ao alcance dos nossos telescpios,” explicou Fatka.

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