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Após apagão do Facebook, leitores imaginam como mundo pode depender menos das redes – 20/10/2021 – Painel do Leitor

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No início do mês, em 4 de outubro, bilhões de pessoas que utilizam os serviços do Facebook em todo o mundo foram pegos de surpresa por uma pane nos aplicativos da empresa americana. Por mais de sete horas, algumas das ferramentas mais populares da internet, como Whatsapp, Instagram, Facebook e Facebook Messenger, ficaram fora do ar devido a um problema técnico.

Além de derrubar ações da companhia na Bolsa, e impossibilitar, por exemplo, que os próprios funcionários do Facebook passassem seus crachás, a queda desnorteou as dinâmicas de trabalho em empresas de diversos países e causou um sentimento de desamparo em muitos usuários, que ficaram sem comunicação com familiares e amigos.

Por outro lado, apesar da escala dos prejuízos, alguns relataram ter sentido alívio e leveza em meio ao apagão, ao se verem forçados a passar por uma espécie de “detox” virtual.

O episódio acabou levantando discussões sobre o nível de dependência em relação a poucas companhias e suas redes. Aproveitando a oportunidade, a Folha indagou leitores sobre o tema e quis saber: como o mundo pode depender menos das redes sociais?

Para Thayline Neves, de Cascavel, no Paraná, um começo seria redesenhar os aplicativos de forma a evitar que os usuários sintam a necessidade de passar cada vez mais tempo “rolando o feed”. “Uma maneira interessante seria optar por uma assinatura para utilizar as plataformas, o que mudaria a moeda de troca que atualmente somos nós mesmos”, diz. “De algum jeito, a plataforma deveria fazer com que o usuário a controlasse e decidisse o que quer ver/fazer, e não sermos controlados por ela.”

Luanny Rosa, de Campinas (SP), tem opinião semelhante e diz que as próprias empresas deveriam limitar o consumo diário dos apps. “A intenção seria que, com o tempo, as pessoas fossem diminuindo o uso, ao verem que não teria tanta necessidade.” Alertas de malefícios, como nos maços de cigarro, controle de perfis predatórios, ou mensagens estimulando atividades ao ar livres nas redes foram outras propostas levantadas.

Algumas das sugestões, no entanto, podem ir de encontro aos modelos de negócio das companhias. O Facebook, por exemplo, lucra oferecendo às empresas a possibilidade de distribuírem anúncios a públicos segmentados dentro da rede.

Nesse sentido, muitos leitores são céticos em relação à disposição das big techs de transformar os hábitos de consumos dos usuários e defendem que as mudanças devem vir por conta própria. Ajustar temporizadores nos celulares, ler mais livros, praticar esportes, entender melhor a necessidade emocional de auto exposição e até escrever mais cartas estão entre as ideias lançadas.



O equilíbrio no uso das redes aparenta ser a melhor via para o alcance, não só de uma independência tecnológica, mas de um melhor estado de saúde mental e bem-estar físico, uma vez que elas são precursoras de ansiedade e comparações excessivas.

Um estudo realizado com adolescentes entre 12 a 17 anos mostrou que os jovens brasileiros utilizam as redes sociais 63 vezes por dia, sendo que a média mundial é de 50. Embora não seja propriamente uma causa, o uso excessivo das redes pode agravar transtornos como ansiedade e depressão. Entre os problemas mais comuns, estão as expectativas por likes e aceitação social.



Cabe a cada ser humano se conectar com seus valores e se perguntar se realmente é necessário tanta exposição, tanta conversa, tantas fotos e mensagens, tantos “amigos” virtuais, tantos grupos de mensagens.

Para Leandro Terres, de Camaquã, no Rio Grande do Sul, desapegar das redes sociais também demandaria transformações mais amplas nos espaços urbanos.”Penso que é preciso nos redescobrir como seres humanos, dando novos valores às atividades físicas, culturais e sociais. Para isso as cidades precisam oferecer espaços físicos seguros, mobilidade urbana e diversidade cultural”, diz.

Outros leitores não enxergam como possibilidade uma menor dependência das redes. Para eles, o avanço das telinhas e das plataformas sobre o cotidiano é irreversível, e a perspectiva de uma “autorregulação” feita pelos usuários é pouco realista. Sendo assim, propõe alternativas como o cerco a monopólios e o estímulo à competição —visando minimizar, ao menos, os prejuízos de apagões como o do Facebook.

Mas, por fim, há também leitores com opiniões mais radicais sobre o tema: como o mundo pode depender menos das redes sociais?

“Acabando com elas”, defende Carlos de Mello, do Rio de Janeiro.

Apesar da simplicidade da ideia, a realidade é que das 7,9 bilhões de pessoas no mundo atualmente, cerca de 2,7 bi acessam pelo menos uma ferramenta de comunicação no seu dia a dia — isso levando em conta apenas os aplicativos do grupo de Mark Zuckerberg. Ou seja, levá-la a cabo não seria nada fácil.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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