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‘Amsterdam’ reúne elenco estelar em comédia de erros que nunca decola – 05/10/2022

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Em “Amsterdam”, quebra-cabeças que coloca parceiros improváveis para resolver um assassinato, o diretor David O. Russell reúne um elenco e tanto. Pouco mais de duas horas de filme depois, a única conclusão que chegamos é que ele não fazia a menor ideia do que fazer com tanta gente.

O que é uma pena. Escondida nas entranhas desse filme de época extremante confuso e disperso, existe uma farsa divertida, uma história sobre o valor da amizade e a resiliência ante a ameaça do fascismo. A trama sugere um verniz cômico ácido, uma comédia de erros em que uma situação ruim descamba em outra ainda mais complicada.

O molho, porém, azedou. “Amsterdam” não parece muito preocupado com lógica, não dá a mínima para ritmo, e o desenvolvimento de seus personagens é substituído por tiques e trejeitos, por diálogos intermináveis e tão entediantes que o elenco parecia estar lendo o roteiro como se fosse um teste para garfar o papel. Em vez de espontaneidade, eles aparentam desconforto.

No centro da trama, bizarramente inspirada em fatos reais, está o trio Christian Bale, John David Washington e Margot Robbie. Os dois primeiros tornam-se amigos de imediato no campo de batalha na Europa da Primeira Guerra Mundial. Feridos, com estilhaços alojados por todo o corpo, eles conhecem a enfermeira interpretada pela estrela de “O Esquadrão Suicida”, e logo o grupo vive o idílio pós Guerra na capital holandesa.

Circunstâncias adversas causam a ruptura do trio, com o médico Burt (Bale) e o advogado Harold (Washington) retornando aos Estados Unidos sem a parceira Valerie (Robbie), que sumiu de forma abrupta. Os amigos se enroscam em um duplo assassinato, em que pai e filha parecem vítimas de uma sociedade secreta (fãs de Taylor Swift, preparem-se!). Acusados do crime, eles reencontram a antiga companheira e o caldo entorna.

A estrutura de um “mistério de assassinato” é a desculpa para uma profusão de personagens cruzar o caminho da trinca principal. De Michael Shannon e Mike Myers (no papel de espiões) ao casal Rami Malek e Anya Taylor-Joy, todo mundo tem a chance de molhar os dedos no lago. Menos sorte tem Zoe Saldaña e Chris Rock, reduzidos a coadjuvantes de luxo. Robert De Niro, sendo Robert De Niro, parece ser o único a saber em que filme está.

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‘Amsterdam’ reúne elenco impressionante a serviço do nada

Imagem: 20th Century Studios

Mesmo com todas as peças no tabuleiro, “Amsterdam” falha em criar qualquer conexão – seja entre eles, seja com a plateia. David O. Russell é um diretor habilidoso em equilibrar gêneros, criando filmes primorosos que navegam entre drama e comédia como “Trapaça”, “O Lado Bom da Vida” e o explosivo “Três Reis”, inquestionavelmente sua obra-prima.

Dessa vez ele parece ter perdido o rumo. “Amsterdam” nunca acerta o tom da narrativa, e os fragmentos de história com algum brilho perdem o vigor quando amarrados. Se algumas cenas são muito breves para registrar qualquer empatia, outras se arrastam à exaustão, com o elenco visivelmente perdido em diálogos pouco inspirados, esperando em vão qualquer direção.

Do lado de cá, somos igualmente abandonados, compartilhando o tédio. “Amsterdam” não é engraçado como deveria ou misterioso como pretendia. Tudo é muito bonito, do elenco à produção, e tudo é muito oco. Quando a trama parece finalmente ter um pulso, já no clímax do terceiro ato, é tarde demais para qualquer um se importar.

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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