Yanomami: Funai proíbe equipe da Fiocruz de prestar assistência em reserva indígena | Fantástico
Na segunda-feira, 15, o Ministério Público Federal cobrou da Secretaria Especial Indígena — ligada ao Ministério da Saúde — um plano de reestruturação de atendimento aos Yanomami, e recomendou uma auditoria nas contas do distrito sanitário que cuida da saúde dos indígenas.
Na quarta-feira, 17, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o Governo Federal preste esclarecimentos sobre a situação até a próxima terça-feira.
Agora, lideranças indígenas denunciam o que consideram mais um descaso. Elas convidaram uma equipe da Fiocruz para prestar assistência na reserva, mas a Funai proibiu a entrada dos profissionais da fundação.
“É, no mínimo, uma tremenda falta de sensibilidade – e uma contradição – a Funai negar acesso a uma equipe multidisciplinar de saúde formada por 8 médicos com diferentes especialidades”, explica Paulo César Basta, pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.
Cerca de 1.200 indígenas seriam atendidos. A Fiocruz também faria um estudo sobre o impacto do garimpo. A Funai alegou que “pesquisas e ingressos em terras indígenas estão, provisoriamente suspensos, devido ao surto da Covid-19”.
“Por que a Funai não proíbe a entrada dos garimpeiros? Por que está proibindo os médicos na Terra Yanomami para fazer exame?”, questiona o vice-presidente da Associação Hutukara, Dario Vitório Kopenawa Yanomami.
Durante a semana, representantes do Ministério da Saúde se reuniram com lideranças Yanomami para elaborar um plano de ação emergencial nas comunidades. O planejamento oficial do que vai ser feito deve ser divulgado até terça-feira, 23. Entre as medidas previstas, está a contratação de cerca de 20 profissionais da saúde para atuar nas regiões mais críticas.
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