USP ter primeira estao de hidrognio de etanol do mundo
Planto
Redação do Site Inovação Tecnológica – 11/08/2023

nibus a hidrognio que circular pela USP.
[Imagem: Ceclia Bastos/USP]
Posto de hidrognio na USP
Foi lanado nesta quinta-feira (10/08) o projeto da primeira estao de abastecimento de hidrognio renovvel a partir do etanol do mundo.
Quando finalizada, em julho de 2024, a estao vai produzir 4,5 quilogramas (kg) de hidrognio por hora e ser usada para o abastecimento de trs nibus que circularo pela Universidade de So Paulo (USP). O plano avaliar por dez meses o funcionamento dos reformadores, para ento implantar uma fbrica que produzir dez vezes mais (45,5 kg de hidrognio por hora).
“A grande vantagem dessa tecnologia est na pegada de carbono negativa e no ganho econmico. A logstica de etanol – que inclusive j existe no pas – muito mais barata que a de hidrognio. Com essa tecnologia, o etanol pode ser transformado em hidrognio em reformadores instalados nos postos de abastecimento espalhados pelo pas. Conseguimos que o quilo de hidrognio custe de US$ 6 a US$ 8, o que quase a metade do preo obtido por outras tecnologias.
“Alm disso, a tecnologia permite capturar o CO2 do etanol, resultando em uma pegada de emisses negativas, em comparao ao hidrognio produzido com energia solar, por exemplo,” afirmou o professor Jlio Meneghini, diretor do RCGI (Centro de Pesquisa para Inovao em Gases de Efeito Estufa).
O posto de abastecimento resultado de um projeto do RCGI, um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) financiado pela Fapesp e pela Shell, localizado na Escola Politcnica (Poli-USP) – o RCGI um dos 22 CPEs financiados pela fundao em parcerias com empresas.
Dos cerca de R$ 465 milhes investidos no RCGI nos ltimos sete anos, R$ 270 milhes vieram da Shell – sendo R$ 50 milhes s para o projeto dos reformadores de etanol em hidrognio – e R$ 45 milhes da Fapesp. Ao longo do projeto outras empresas foram se juntando: a Total Energies repassou um montante de R$ 80 milhes e a Petronas, R$ 57 milhes. Houve tambm apoio da Braskem (R$ 5 milhes), Repsol (R$ 3 milhes), Petrobras (R$ 2 milhes), Marco Polo em parceria com a Embrapii e USP (R$ 670 mil) e SRI (R$ 600 mil).
“O objetivo desse projeto inovador tentar demonstrar que o etanol pode ser vetor para hidrognio renovvel, aproveitando a logstica j existente da indstria. A tecnologia poder ajudar a descarbonizar setores que consomem energia proveniente de combustveis fsseis,” afirmou o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa.

Esquema de obteno do hidrognio a partir do etanol.
[Imagem: Jornal da USP]
Como funciona o posto de hidrognio
Os reformadores utilizam etanol de segunda gerao, que so hidrocarbonetos, ou seja, constitudos por tomos de carbono e de hidrognio.
“A ideia que dentro do reformador, no reator, ocorra uma reao de etanol e gua e a quebra dessa molcula de hidrocarbonetos, resultando em hidrognio e monxido de carbono, que depois em uma reao com mais gua vira CO2,” explicou Daniel Lopes, diretor comercial da Hytron, fabricante do reformador, uma empresa emergente criada em 2004 tambm com apoio da Fapesp.
“A mquina produz uma quantidade muito grande de hidrognio ainda no purificado no primeiro estgio. J no segundo estgio, o hidrognio sai da nossa mquina com 99,999% de pureza,” concluiu Daniel.
A tecnologia difere do modelo mais tradicional de se obter hidrognio, como o hidrognio solar, que extrado a partir da eletrlise da gua usando energia solar. Nesse modelo, o hidrognio retirado das molculas de gua (H2O) a partir da eletricidade, o que mais dispendioso.
No modelo da Hytron, e da primeira estao de abastecimento de hidrognio renovvel a partir do etanol do mundo, o hidrognio obtido a partir dos reformadores abastecer veculos eltricos. “Nesses casos, os veculos s vo emitir gua,” destacou Daniel.
O hidrognio produzido na estao vai abastecer os nibus cedidos pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de So Paulo (EMTU/SP). Para testar o desempenho do hidrognio, a Toyota cedeu ao projeto um Mirai, o primeiro veculo a hidrognio do mundo comercializado em larga escala, cujas baterias so carregadas a partir da reao qumica entre hidrognio e oxignio em uma clula a combustvel.
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