Os Banshees de Inisherin faz valer as nove indicações ao Oscar

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Com nove indicações ao Oscar 2023, Os Banshees de Inisherin (2022) chega aos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (2) como um dos grandes favoritos a levar a tão cobiçada estatueta dourada. E, ao ver o filme dirigido por Martin McDonagh (Três Anúncios para um Crime), é possível confirmar que toda a aclamação que envolve o longa é justificada.

A trajetória na temporada de premiações deste ano começou a favor de Os Banshees de Inisherin. O longa conquistou três prêmios no Globo de Ouro 2023 –incluindo o de melhor filme de comédia ou musical–, além de outras 10 indicações ao Bafta, considerado o Oscar britânico.

Tal favoritismo se sustenta com o equilíbrio quase perfeito entre comédia e drama reproduzido no roteiro de McDonagh. Na trama, dois ex-companheiros amigos, o inocente Pádraic (Colin Farrell) e o músico Colm (Brendan Gleeson), desfazem a parceria quando o segundo revela ter se cansado da burrice do primeiro. Embora pareça um delírio, a jornada dos dois mostra que o veterano, de fato, não estava para brincadeira.

Brendan Gleeson

Brendan Gleeson em cena de Os Banshees de Inisherin

Divulgação/Searchlights

A trama do longa se passa em 1923, nos momentos finais da Guerra Civil Irlandesa (1922-1923). A dupla é residente do pequeno povoado de Inisherin, localizado em uma ilha da Irlanda fora do continente. Com ares de “fim de mundo”, o local é daqueles em que todo mundo se conhece e a fofoca corre mais rápido do que um foguete.

Por mais simples que pareça ser, a trama de Os Banshees de Inisherin carrega consigo fortes cargas dramáticas que se sobrepõem a qualquer tirada cômica. Entre os devaneios de Colm e a incredulidade de Pádraic, há reflexões sobre depressão, conformismo e como a falta de educação e o investimento em si podem levar o homem à loucura.

Ao se ver no “último ato” de sua vida, Colm repensa o modo como viveu nos últimos anos e a marca que gostaria de deixar no mundo. Passar os dias bebendo no pub local e ouvindo os papos vazios e sem conteúdo de Pádraic não o atraem mais. No caso do segundo, a falta de ambição e intelecto o deixam satisfeito com o cotidiano que mais parece um looping no qual todos os dias são iguais.

Colin Farrell e Barry Keoghan

Colin Farrell e Barry Keoghan

Dominic (Barry Keoghan), o terceiro elemento dessa história, representa uma inocência ainda maior do que a do protagonista. Vítima de abuso do pai e sem qualquer tato social, o jovem vê em Pádraic um amigo e o exemplo a ser seguido por sua bondade natural. Quando o ex-companheiro de Colm mostra um lado obscuro de sua personalidade, a realidade na qual Dominic pensava se encaixar se destrói em mil pedaços.

Por trás da mordaça cômica da comparação feita por Colm entre o legado de Mozart (1756-1791) e o de “pessoas legais” está o terror de ser esquecido quando morremos, e é isso, e não qualquer questão de amizade, que parece conduzir sua automutilação. Também há uma tristeza real na maneira como a rejeição de Dominic por Pádraic como o principal “idiota” da ilha (uma avaliação que é tragicamente falsa) reflete seus próprios maus-tratos por Colm — uma quase hierarquia injusta de mágoa.

Enquanto se equilibra como comédia dramática, Os Banshees de Inisherin reflete sobre escolhas, depressão e o resgate da humanidade. Martin McDonagh faz do filme um dos melhores da temporada e um dos favoritos ao Oscar 2023, apoiado pela fotografia de Ben Davis, que usa as belas paisagens irlandesas para tornar o povoado quase um quarto elemento da narrativa.

Brendan Gleeson e Colin Farrell

Os Banshees de Inisherin

Trailer legendado

Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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