OCDE reduz previsão de crescimento global para 2021 e alerta para inflação – 01/12/2021 – Mercado
O principal risco para as perspectivas econômicas globais é de que o atual salto da inflação mostre-se mais longo e seja mais forte do que o atualmente esperado, diz a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) nesta quarta-feira (1º).
Segundo a organização, o crescimento global deve atingir 5,6% neste ano —o que representa 0,1 ponto a menos em comparação com a estimativa de setembro— antes de se moderar para 4,5% em 2022 e 3,2% em 2023.
Isso sofreu pouca alteração em relação à estimativa anterior de 5,7% para 2021, enquanto a previsão para 2022 ficou inalterada. Foi a primeira vez que a OCDE divulgou projeções para 2023.
O organismo destaca a existência de realidades econômicas muito diferentes entre regiões e afirma que a recuperação continuará sendo precária enquanto as vacinas não forem distribuídas em todo o mundo.
Ainda diz que, com a economia global se recuperando com força, as empresas estão encontrando dificuldades para atender ao retorno da demanda dos clientes pós-pandemia, provocando alta da inflação em todo o mundo em meio a gargalos nas cadeias de oferta globais.
Como a maioria das autoridades, para a OCDE, o salto deve ser transitório e diminuir conforme a demanda e a produção voltarem ao normal.
“O principal risco, no entanto, é de que a inflação continue a surpreender para cima, forçando os principais bancos centrais a apertarem a política monetária mais cedo e com mais força do que projetado.”
Para a zona do euro, a OCDE calculou uma leve queda na previsão de crescimento para 2021, a 5,2%, e, para os Estados Unidos, a organização volta a revisar as projeções, com um crescimento de 5,6% para este ano e de 3,7% para 2022.
Para o Brasil, a OCDE reduziu a previsão de crescimento em 0,2 ponto para 2021 e agora projeta uma alta de 5%. O panorama é mais sombrio para 2022, com uma expansão projetada de 1,4%, ou seja, 0,9 ponto a menos que na previsão anterior.
“Surgiram desequilíbrios importantes”, afirmou a organização com sede em Paris.
Para a OCDE, estas brechas são o reflexo das desigualdade nos sistemas de saúde, nas políticas públicas, das dificuldades dos trabalhadores de alguns setores e de uma alta dos preços que persiste por mais tempo do que havia sido projetado.
O relatório não possui estimativas sobre o surgimento da variante ômicron, detectada há poucos dias, mas a economista chefe da OCDE, a francesa Laurence Boone, afirmou que “pode representar uma ameaça para a recuperação” da economia mundial.
“Estamos preocupados com fato de que esta nova variante, ômicron, acrescenta incerteza ao clima já existente, o que pode representar uma ameaça para a recuperação”, disse Boone.
(Com Reuters)
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