Mães denunciam falta de vagas em creches e escolas de Olinda

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Segundo o Conselho Tutelar, desde 2 de janeiro 120 mulheres buscaram ajuda para conseguir matrícula para os filhos nas unidades municipais. Famílias de Olinda reclamam da falta de vagas em escolas municipais
A falta de vagas em creches e escolas tem deixado muitas mães revoltadas em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. De acordo com o Conselho Tutelar, desde o dia 2 de janeiro 120 mulheres buscaram ajuda para conseguir matricular os filhos nas unidades de ensino municipais (veja vídeo acima).
A dona de casa Marcela Heloísa é uma das mulheres que procuraram o Conselho Tutelar de Peixinhos. Desde o ano passado, quando a prefeitura abriu o período de pré-matrícula, ela tenta matricular as duas filhas maiores, gêmeas de 7 anos, numa escola em tempo integral e a caçula, de 3, numa creche.
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“Sem isso, eu não vou conseguir trabalhar para sustentar a casa. Sou eu sozinha para tudo. Ninguém aguenta mais andar, estar atrás de escola e receber um ‘não’. [A gente] só recebe ‘não’”, contou.
Escolas e creches particulares estão fora do alcance de muitas famílias. A também dona de casa Leila Batista está desempregada e não tem condições de acessar o serviço privado. Por isso, quer ver o filho matriculado numa escola pública.
“Já comprei material, já comprei tudo e só falta isso: a escola abrir vaga para ele. Porque ele nunca estudou. A escola que abriu vaga para ele é muito longe. E a escola que eu quero é próxima da minha casa. Eu não vou ter dinheiro para passagem todo dia. Bicicleta eu não tenho”, disse.
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A auxiliar de serviços gerais Alessandra Carneiro passou numa entrevista de emprego e espera ser chamada, mas está preocupada porque precisa saber onde o filho de 8 anos vai ficar.
“Eu conto com essa vaga no colégio para ele poder ficar o dia todinho, para ele não ficar o dia sozinho. Ele não tem com quem ficar. Minha mãe tem 78 anos e não tem condições. E ela mora sozinha também. Estou tentando com algum vizinho para ficar olhando ele, para eu não perder essa vaga de emprego”, afirmou.
Segundo o conselheiro tutelar Roberto Santana, desde o mês passado, o órgão envia requisições de matrícula para a prefeitura, seguindo um protocolo estabelecido com o Ministério Público. Mas, das mais de cem solicitações feitas, apenas 38 foram respondidas.
“Só agora, no final do mês, foi que a gente começou a ter resposta da prefeitura. E a resposta é uma resposta padrão. Ou diz que não tem vaga, ou pede para a gente encaminhar os pais para uma escola para colocar o nome numa lista de espera, não tendo a garantia dessa vaga”, informou.
Perda de auxílio
A falta de vagas gera ainda outro problema: centenas de famílias poderão perder o Auxílio Brasil, que tem como um dos requisitos a frequência escolar dos filhos.
“É um absurdo. Tinha que ter vaga para todas as crianças do município e do estado todo. É direito básico de todas as crianças e de todos os adolescentes. E sem a escola, eu vou perder meu Bolsa Família, porque os meninos têm que estudar e eu não sei o que vai ser de mim”, lamentou Marcela Heloísa.
A Rua Caminho do Sol, no bairro de Tabajara, consta como endereço de uma escola no site da prefeitura de Olinda. Os pais chegam a fazer matrículas na unidade, mas o que a reportagem encontrou no local foi um galpão servindo como depósito.
“Não tem condição nenhuma, pois hoje funciona um depósito; um arquivo morto da Secretaria de Saúde de Olinda. E não tem como ter aulas. É impossível”, afirmou a conselheira tutelar Cristiane Barbosa.
Ela explica que a informação divulgada é que devem colocar divisórias no local, mas a escola não abriria imediatamente. Entretanto, no site da prefeitura, segundo Cristiane Barbosa, a informação é que a escola vai funcionar.
O que diz a prefeitura
Procurada, a prefeitura de Olinda informou, por meio de nota, que a Secretaria de Educação não foi notificada sobre os problemas relatados.
A prefeitura “convida” os conselheiros tutelares a comparecerem na sede da pasta, no bairro de Jardim Atlântico, “munidos da relação de alunos e [com a] respectiva documentação, para que a matrícula seja viabilizada nas unidades da rede municipal mais próximas às comunidades onde os estudantes residem”.
A gestão municipal diz ainda que o processo de matrícula na cidade começou no dia 5 de dezembro de 2022, de forma virtual, sendo concluído presencialmente.
De acordo com a nota, o prazo foi estendido para 27 de janeiro.
A prefeitura afirmou também que a secretaria iniciou a capacitação de mais de 1.500 profissionais da rede municipal no Centro de Convenções e que as aulas estão previstas para começar na próxima segunda-feira (6).
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Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original

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