Luisa Mell sobre ódio na internet: ‘querem que eu morra’ – 28/06/2023 – Tec
“Luisa Mell, corre aqui!”
Se você gosta de pets e segue perfis de animais nas redes sociais, provavelmente já se deparou com a frase que faz alusão à ativista em alguma publicação. É que o meme se tornou recorrente quando alguém quer chamar a atenção para uma situação inusitada envolvendo animais: o tutor que abraça até quase esmagar o cão, o gato que “reivindica” ração fresca etc.
Só que a internet que brinca e elogia o trabalho da artista é a mesma que potencializa discussões, expõe sua vida pessoal e cancela. “Você fala e as pessoas já reagem. Como sou polêmica, tudo fica muito grande. Uma mentira vira verdade em cinco minutos”, diz Marina Zatz de Camargo, 44, a Luisa Mell.
Lembrada por 17% dos entrevistados pelo Datafolha, Luisa é hoje a principal influenciadora pet no Brasil. Seu nome é ainda mais citado na pesquisa por mulheres (22%). A artista, que começou a carreira pública em 2002 à frente do Late Show, da RedeTV!, passou os últimos oito anos à frente do Instituto Luisa Mell, atual Instituto Caramelo, que cuida de cerca de 400 animais.
Alguns dos resgates tiveram repercussão nacional, como o de 1.707 cães de um canil clandestino em Piedade (SP), que até levou a rede Petz a deixar de vender filhotes.
Luisa recebe a Folha em seu apartamento no Jardim Paulista, em São Paulo, onde mora com o filho, Enzo, 8, desde que se divorciou do empresário Gilberto Zaborowsky. Léo, seu vira-lata caramelo (cujo irmão foi adotado por Anitta), aguarda a tutora sob um quadro de Nina Pandolfo. Pinguinha, outra cachorra da família, é separada após tentar beliscar, algumas vezes, a canela do fotógrafo.
É no Instagram, onde tem 4,2 milhões de seguidores, que Luisa divulga seu trabalho na defesa animal e ambiental. “Na época [que era apresentadora] recebia muitos emails, mas não tinha esse ódio todo. Hoje, a pessoa discorda do que eu falo e diz que quer que eu morra. Não tem como não ficar abalada”, diz ela sobre a exposição.
Ela afirma ter aprendido a usar o linchamento como aliado nas suas causas. Mas nem todo limão vira limonada nas redes sociais.
A ativista diz que se arrepende da forma como expôs o caso de um cão que teria sido usado para ritual religioso em 2019. Foi acusada de racismo e intolerância religiosa. “Sou contra todas as formas de exploração animal, mas poderia ter me manifestado de uma maneira mais amorosa. Não entendia que pessoas invadem terreiros, agridem [seguidores de religiões de matriz africana], quebram coisas. Eu reflito e vejo que errei.”
A ativista não está mais à frente das operações da ONG que levava seu nome, o hoje Instituto Caramelo. A cisão foi anunciada de forma tumultuada no fim de abril, sob troca de acusações. O instituto acusou Luisa de não contribuir financeiramente com a entidade e de ser só “garota propaganda”; Luisa rebateu dizendo que foi vítima de um golpe para perder o controle da ONG.
O acordo entre as partes segue sob uma cláusula de confidencialidade.
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