Crítica – Lulli
Este é o terceiro trabalho em parceria envolvendo a mega popular Larissa Manoela e a plataforma de streaming Netflix. Ano passado lançaram juntos a comédia romântica Modo Avião, enquanto neste ano de 2021 vieram com a dobradinha Diários de Intercâmbio, e agora, Lulli. Ambas também pertencentes ao mesmo gênero que a produção do ano anterior.
Além de demonstrarem uma falta de diversidade narrativa com o nome da jovem atriz que está prestes a fazer 21 anos de idade, também pudemos encontrar outro padrão nesta trinca rom-com protagonizada por Larissa Manoela, que na mais recente produção original da Netflix nos introduz Lulli, uma ambiciosa estudante de medicina cujo maior sonho é se tornar a melhor cirurgiã de todos os tempos. Entretanto, o seu mundo vira ao avesso quando a jovem é eletrocutada por um aparelho de ressonância eletromagnética que desperta a capacidade de ouvir os pensamentos alheios. Agora, a teimosa Lulli, ironicamente, vai aprender as maravilhas e os perigos de saber o que as pessoas estão pensando todo o tempo.
Sempre que temos Larissa Manoela em cena, fica muito claro que ela ainda tem um longo (!) caminho a percorrer, caso queira ser mais do que apenas uma grande celebridade das redes sociais, em vista que ainda é uma atriz muito mais reativa do que qualquer outra coisa, ou seja, não existem nuances em nenhuma momento de qualquer produção que ela seja o principal nome.
É muito prático perceber as inflexibilidades em suas performances, basta observar alguns de seus colegas de produção para notar o quão rudimentar são suas personagens, nada mais do que meros padrões arquétipos.
Em ambas produções deste ano desenvolvidas pela Netflix, podemos perceber que personagens coadjuvantes ganham presença e tamanho em cena quando dividem o mesmo plano com Larissa Manoela. Curiosamente nos dois casos, vemos que estas personagens coadjuvantes representam o papel de melhor amiga da protagonista, vejam só!
A comédia romântica Diários de Intercâmbio tinha a divertida Thati Lopes, e aqui temos uma irônica e cativante Amanda de Godoi, que tira proveito das habilidades sobrenaturais da amiga super poderosa sempre que pode, né?!
Num fosse Amanda de Godoi, Lulli seria um desastre total!
Contudo, a sensação final permanece sem qualquer traço de sabor. Tudo isso porque Lulli é uma narrativa sem conflito, visão, e principalmente, pulsação.
Não existe nada aqui capaz de conectar o assinante da Netflix com a história em destaque. Absolutamente nada!
Nota-se um fiapo de ideia que tenta emular algo encontrado nas obras do diretor Tom Shadyac, responsável por O Professor Aloprado (1996), O Mentiroso (1997) e Todo Poderoso (2003), só para citar alguns de seus famosos trabalhos.
Sabem aquelas histórias que percebem muito mais interessadas em revelar uma grande e valiosa lição de moral no ápice final, do que realmente trabalhar situações na parte central da obra?!
Então, isto é Lulli, que diferentemente das obras de Tom Shadyac, não tem uma estrela de cinema para salvar sua pele quando tudo mais não vai bem. A querida Larissa Manoela tem lá suas qualidades, porém, conseguimos ver a mesma anos-luz de distância de algo mais memorável.
Torcer para que apareça alguma evolução no trabalho da atriz, pois se continuar assim como está vai ficar cada vez mais difícil lidar e acompanhar o que tanto adoramos: boas histórias.
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