Caco Ciocler vive herói criado por Laerte em HQ dos anos 90
O herói busca desesperadamente encontrar um propósito em meio à realidade estressante da burocracia, dívidas e crises existenciais. Quando lhe é oferecido um emprego na Secretaria da Segurança Pública pelo governador (Otávio Muller), ele vê uma oportunidade de reerguer-se, mas logo descobre que as coisas são mais complicadas do que parecem.
Overman projeta em si uma expectativa muito grande, o que nós brasileiros também fazemos, avalia Caco. “A gente parece estar sempre tendo que dar conta de uma coisa maior que a gente, porque viver aqui não é fácil, a gente tem que ralar, tem que ser sempre genial. Ele se sente muito exigido, mas é uma pessoa extremamente frágil e sensível.”
O diretor, Tomás Portella, resume Overman como um super-herói que “mistura Deadpool com Macunaíma e Zé Carioca”. Ele apenas quer ser feliz, mais quer salvar o mundo, talvez. “Temos uma visão diferente, de um super-herói brasileiro que enfrenta problema para pagar o aluguel, problema com os padrões de máscara americanos. Esse filme é para ele entender quem ele é: um brasileiro over, que voa e tem uma super força, mas com conflitos existenciais o tempo inteiro. Ele faz psicanálise.”
Overman foi pensado por Laerte no final da década de 1990 e já trazia um debate contemporâneo: a investigação sobre a “questão de ser macho” já estava no trabalho genial de Laerte, opina Caco. No longa, o super-herói se incomoda quando Pâmela (Karina Ramil), sua fiel parceira, começa a ganhar reconhecimento igual ao dele.
O que é esse macho e ter que dar conta da sua macheza para os outros? Os símbolos do que é ser macho e ser poderoso, do que é ser forte, do que é ser homem. E não à toa, a Laerte cria ele com um uniforme musculoso de super-herói americano.
Apesar de Laerte pensar a frente de seu tempo, o protagonista passou por algumas mudanças no roteiro do filme. “É um Overman revisitado”, sinaliza Iafa, idealizadora e produtora do longa. Afinal, 25 anos se passaram desde que as primeiras tirinhas foram publicadas e o mundo mudou. Se na sexta-feira, o Overman de 1990 afastava as pessoas porque saía incontrolável atrás de qualquer ser para transar compulsoriamente, o Overman dos anos 2020 curte a sexta-feira sem obrigar ninguém a nada.”
Fonte: Acesse Aqui o Link da Matéria Original
