Alzheimer: tratamento com cannabis reverte sintomas da doença em idoso no Brasil
Os resultados de um estudo realizado pela Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Foz do Iguaçu, mostraram que um paciente de 78 anos teve uma reversão significativa nos sintomas de Alzheimer após tratamento com óleo à base de cannabis. O acompanhamento, que já dura 22 meses, apontou melhoras no humor, sono e memória, além de ter observado que o progresso da doença se manteve estável.
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Agricultor, Delci Ruver foi recrutado para o estudo em 2017. Segundo informações do O GLOBO, a pesquisa avalia os efeitos do uso diário de um extrato composto por THC (Tetrahidrocanabinol) e CBD (Canabidiol), e é considerada pioneira no Brasil.

“Sou outra pessoa agora e todo mundo tem percebido isso. Meu dia a dia mudou em tudo. Eu me esquecia de coisas básicas, saía de casa para ir a um lugar e parava em outro totalmente diferente. Agora não, eu vou e volto, durmo bem, acordo mais disposto e faço meu chimarrão”, revelou Ruver em entrevista à Folha de Londrina.
“Era complicado deixá-lo sozinho. Passei a dormir só depois que ele se deitava por medo de ele esquecer o fogão ligado ou sair de casa. Ele esquecia a porteira aberta e não podia mais ficar perto do açude pelo risco de algum acidente. Agora ele já percebe detalhes importantes e dá para levarmos uma vida mais tranquila”, acrescentou sua esposa, Gayer Ruver, de 77 anos.
A família tem total confiança no estudo, visto que a neta do casal, a farmacêutica Ana Carolina Ruver Martins, está envolvida no desenvolvimento da pesquisa. Segundo a especialista, o rastreamento começou em 2017, quando o avô já apresentava um nível de Alzheimer considerado moderado, mas que já exigia uma atenção especial.
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Outros pacientes
A pesquisa acompanhou, além de Ruver, mais 28 pacientes com Alzheimer. Divididos em dois grupos, uma parte foi tratada com o óleo à base de cannabis e a outra com placebo. Segundo os cientistas, “os pacientes que fizeram uso de canabinoides durante seis meses se mostraram clinicamente estáveis”.
Segundos dados do Ministério da Saúde, cerca de um milhão e 200 mil pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil, e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Neste mês, no dia 21, foi celebrado o Dia Mundial do Alzheimer, com a data, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou para o aumento de casos da doença no mundo diante do envelhecimento populacional.
Estimativas da Alzheimer’s Disease International, sediada no Reino Unido, apontam que os números globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050. Saiba mais aqui!
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